quarta-feira, 26 de dezembro de 2018

Repensando e reescrevendo sobre alfabetização

                                                   
     Revisitando meu Blog e levando em consideração que realizei o meu estágio em uma turma de alfabetização (2º ano), não pude deixar de repensar e reescrever sobre as postagens intituladas como: "Alfabetização: um processo em construção" e "Continuando a refletir sobre alfabetização"  ambas de outubro de 2015.
     Trabalhando e refletindo com uma turma de alfabetização, ficou evidente e indispensável à prática pedagógica, as questões levantadas nos textos sobre a importância de se levar em consideração o ritmo e a maturidade de cada criança no processo de alfabetização. Pois, tanto a aquisição da leitura quanto a aquisição da escrita, são habilidades complexos que necessitam que o cérebro se adapte à elas. Esta adaptação acontece em etapas, em um determinado tempo. Por isso, dizemos que cada um aprende no seu tempo, no seu ritmo.  
       Conforme já descrito na primeira postagem, nenhum cérebro é igual ao outro, e sempre haverá variações na facilidade com que cada um se familiariza com a linguagem escrita, o que traz à escola o desafio de conhecer e respeitar o ritmo dos alunos.
     Esta maturação e este tempo necessários a cada um no processo de alfabetização, ficou muito claro e explícito na minha turma de estágio. Pois, levando em conta o nível de alfabetização dos alunos e considerando que segundo Emília Ferreiro, a construção do conhecimento da leitura e da escrita tem uma lógica individual, embora aberta à interação social, na escola ou fora dela. Portanto, isto é norma,l considerando que a criança passa por etapas, com avanços e recuos, até se apossar do código linguístico e dominá-lo. 
     Neste sentido, cabe a nós professores e também aos pais, em uma parceria mútua e responsável por este processo, ter um olhar diferenciado e reflexivo, respeitando as etapas e o ritmo de cada um, acreditando que todos são capazes e dotados de habilidades, mas que cada um aprende ao seu tempo, no seu ritmo, onde o foco está em como se aprende e não como se ensina. 

                                               "Ler não é decifrar, escrever não é copiar". 
                                                                                         Emília Ferreiro
Referências

FERREIRO, Emília; TEBEROSKY, Ana. Psicogênese da língua escrita. Porto Alegre: Artes Médicas, 1984.
https://marialuizagoulartufrgs.blogspot.com/2015/10/acessado em 26/12/2018.



domingo, 23 de dezembro de 2018

Aprendizagens do Semestre

      Revisitando meu blog, resolvi por repensar sobre a postagem de 2015, na qual descrevo sobre as aprendizagens daquele semestre, dizendo assim: "Com certeza, foram muitas as aprendizagens durante o primeiro semestre. Mesmo com toda a correria do dia a dia, com os atropelos na realização dos trabalhos, com a canseira decorrente da carga horária, com as dúvidas e as dificuldades em saber se estava fazendo certo ou errado, posso dizer com toda convicção que tudo valeu a pena e serviu para me mostrar que sou capaz, acreditando que todos esses desafios serviram para me fazer acreditar que a construção do conhecimento só acontece quando há desacomodação(movimento) juntamente com as relações interpessoais(corporeidade), através de muita reflexão entre a teoria e a prática.
     Essas reflexões entre as interdisciplinas e a nossa prática, fez com que eu enquanto aluna, pudesse compreender a aprendizagem como uma construção, passando assim, a perceber com mais paciência a construção da aprendizagem dos meus alunos".
    Hoje, finalizando o oitavo semestre, posso dizer com certeza, que foram muitas as dificuldades, porém, posso afirmar com toda a apropriação que muito mais foram as aprendizagens. Foram semestres de muito movimento, de muita  transformação,  de muita construção, de muitas aprendizagens, de muita reflexão sobre as práticas, de muito diálogo e, é claro, de muitas relações e troca de saberes. 
    Através do curso, nós enquanto professoras, podemos tomar consciência da importância da nossa prática na construção do conhecimento dos nossos alunos enquanto sujeitos, transformando e influenciando em suas vidas. Portanto, cabe a nós professores, aproveitar este movimento reflexivo das nossas práticas e expor nossa competência de educador para auxiliar na mudança paradigmática e transformadora dentro do ambiente escolar. 
"A mudança de que a escola precisa é uma mudança paradigmática. Porém, para muda-la, é preciso mudar o pensamento sobre ela. É preciso refletir sobre a vida que lá se vive, em uma atitude de diálogo com os problemas e as frustrações, os sucessos e os fracassos, mas também em dialogo com o pensamento, o pensamento próprio e o dos outros". (ALARCÃO, 2001, p. 15)

Referência
ALARCÃO. Isabel – Escola reflexiva e nova racionalidade. Porto Alegre: Artmed Editora, 2001.

sábado, 22 de dezembro de 2018

Reflexão sobre workshop

     Não poderia deixar de repensar sobre a postagem de agosto de 2015, na qual escrevo sobre o workshop, dizendo assim: 
     "Apesar de toda a ansiedade e insegurança geradas em relação a criação e a apresentação do workshop, posso dizer, que foi um momento muito rico em relação as trocas de experiências e muito significativo em relação as aprendizagens, principalmente com o uso das tecnologias.
     Minha maior incerteza, era em montar uma apresentação em power point, pois nunca havia feito, porém, não foi tão difícil quanto parecia. Adorei o resultado, principalmente pelo fato de que fiz praticamente sozinha, sendo desafiada a imaginar e montar algo, que até então, era totalmente novo para mim. 
     Em relação a parte escrita, não me preocupei muito em certo ou errado, como era um relato da minha trajetória em relação a minha aprendizagem e prática durante o semestre, coloquei ou tentei colocar, exatamente como estava me sentindo. Para isso, usei os quatro pilares da Educação, de Jacques Delors, como referencial para descrever a minha aprendizagem, pois, através deles consegui expressar gradualmente a minha caminhada em aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a viver juntos e aprender a ser, acreditando que um complementa o outro"

     Hoje, passados mais de três anos, posso dizer que quase nada mudou em relação ao workshop. Há não ser o fato de que a ansiedade e a insegurança são sentimentos já superados quase na sua totalidade.
     Continuo afirmando que este, é um momento extremamente rico e significativo em relação a troca de experiências, aprendizagens e vivências. Neste sentido, o workshop nos proporciona expressar um pouco da nossa trajetória, através da reflexão sobre nossas ações, nossas práticas e nossas aprendizagens. Portanto, não há certo ou errado. Há a construção dos saberes de cada um. Onde, de acordo com Paulo Freire (1987, p.68): "Não há saber mais ou saber menos. Há saberes diferentes".
     Segundo Jacques Delors, a prática pedagógica deve preocupar-se em desenvolver aprendizagens fundamentais, que serão para cada indivíduo os pilares do conhecimento. 

                                            

domingo, 2 de dezembro de 2018

Repensando no coletivo

                                                        Imagem relacionada
       Dando continuidade as postagens e ao tema Ética, repenso e reescrevo o texto postado em 05/10/2017, marcado como Coletivismo - Filosofia da Educação.
       Resolvi reescrever sobre coletivismo por estar fundido ao tema ética. Afirmando, que não existe ética sem coletivismo e vice e versa. Uma vez que a ética está associada as relações interpessoais e suas ações no coletivo.
      Diante da situação descrita na postagem anterior de falta de ética e de respeito e em concordância com o texto "Formação e atuação dos professores: dos seus fundamentos éticos", a ação do educador e a prática educativa, demandam todo um fundamento cuidado ético, pois, a educação é uma modalidade de ação intrinsecamente relacionada à existência do outro", ou seja, ética está diretamente relacionada ao pensar e agir em função do bem da coletividade.
      Infelizmente, esta ética como um bem coletivo, muitas vezes não se faz presente dentro do ambiente escolar. 
      Mesmo se pensando a escola como espaço de formação do sujeito e na necessidade de se ter uma postura de respeito ao próximo, em muitas situações a mediação pedagógica para o exercício de reflexão sistemática, que deveria acontecer para o desenvolvimento de uma sensibilização ética, estética e política, tão indispensáveis ao ambiente escolar, não se fazem presentes no seu dia a dia.
      É importante ressaltar, que a reflexão sobre a prática e na prática, promove uma série de mudanças fundamentais no perfil do profissional da educação. E estas mudanças de fato só serão possíveis, se houver explícito neste ato a reflexão crítica da própria prática, pois a educação é uma modalidade de ação intrinsecamente relacionada à existência do outro.
     Neste sentido, cabe ressaltar que o professor como "modelo" e inspiração de atitudes morais e sociais, deve estar atento ao seu mode de agir e de ser frente aos alunos, prezando pela ética e pelo respeito aos demais profissionais e principalmente aos seus educandos. Não com autoritarismo, mas com coerência e bom senso, na busca pela verdade e pelo diálogo como meios para se atingir os objetivos e as práticas pedagógicas necessárias a formação do sujeito e a construção dos saberes.
      Como escreve Sonia Kramer,

                                                        “Precisamos pôr na ética nossas mãos e nosso coração. Não uma ética                                                                                          supostamente tecida na solidão de um sujeito individual (...) nem, tampouco,                                                                              uma ética definida na crueza de normas predeterminadas (..) mas uma ética                                                                                que, tecendo-se nos confrontos e se desenhando a partir da diversidade de vida                                                                            comum não abdica nunca de si mesma (...) trata-se pois de uma nova forma ética                                                                        política (..) uma ética que concretiza, assim sua ligação visceral com a educação”                                                                      (‘Kramer, 1993, p. 170-17]).

Referência
KRAMER, Sonia. Por Entre as Pedras: Arma e Sonho. São Paulo: Ática, 1993. 
https://marialuizagoulartufrgs.blogspot.com/2017/10/coletivismo.html


Repensando e reescrevendo sobre Ética

                                                       Imagem relacionada
     Não poderia iniciar minhas novas reflexões, se não fosse repensando e/ou reescrevendo sobre ética. Para isso, escreverei a partir de uma postagem de 10/10/2017, marcada com o título "Refletindo sobre ética"- Filosofia da Educação.
    Escolhi esta postagem para reescrever, por acreditar que a ética é um valor indispensável ao processo de formação do sujeito. E, nós como professores/educadores, temos em nossas mãos a responsabilidade formativa do ser humano e futuro cidadão. Portanto, se faz necessário perceber e acreditar que "a educação não é apenas um processo institucional e instrucional, mas fundamentalmente um investimento formativo do humano".
      Recentemente, presenciei em minha sala de aula de estágio uma situação lamentável, por parte da professora titular da turma, de falta de conduta ética e respeito para com os alunos e com a minha pessoa. 
      Não vou entrar no mérito da questão, acho desnecessário, pois já resolvi na escola e com minha professora orientadora, virei está página. 
     Entretanto, foi uma situação tão chocante e comprometedora do processo construtivo que tanto batalhamos para conquistar, que não poderia deixar de repensar e reescrever sobre ser ético, pois, é nosso dever pensar sobre o tema no âmbito escolar. 
    Na minha primeira postagem sobre o tema, explico os problemas de convivência que estão fortemente relacionados a uma tríade composta por: relações depreciativas, relações inconsistentes e relações coercitivas.
     Depois de reler sobre esta tríade, pude perceber com clareza as relações depreciativas e coercitivas presentes no discurso desrespeitoso e impositivo da professora frente aos alunos. Comprometendo todo o trabalho que venho promovendo com a turma, de aquisição de autonomia, de desacomodação, de efetiva participação e interação mútua, de construção de sujeitos donos de si com opiniões e vontades próprias.
    Neste sentido, torna-se necessário, reconhecer o distanciamento que cada uma dessas relações provoca no trabalho voltado para a construção da autonomia. 
      Uma situação lamentável e desnecessária de autoritarismo e falta de ética.
     Mas, seguimos em frente, construindo e lutando por aquilo que acreditamos: que uma educação libertadora não se faz através de imitações, mas através de mediações pedagógicas com ações qualificadas e pautadas no exercício de reflexões sistemáticas.

Referência
https://www.blogger.com/blogger.g?blogID=5148496061738512186#editor/target=post;postID=3950143503642223229;onPublishedMenu=allposts;onClosedMenu=allposts;postNum=24;src=postname, acessado em 02/12/2018.
     

segunda-feira, 17 de setembro de 2018

Chocada...!!!


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       Escrevi este texto a mais ou menos um mês. Rascunhei com a intenção de posteriormente postar no Blog, entretanto o tempo foi passando e eu acabei esquecendo do texto, do "desabafo".
       Fazendo uma arrumação na minha bolsa neste final de semana passado, eis que acho a folha de caderno com meus escritos, feito em dias turbulentos devido a falta de professores e a correria da substituição.
       Talvez algumas pessoas ao lerem, venham a descordar ou até mesmo a se ofender. Porém, escrevi este texto com a finalidade de desabafar, de colocar pra fora a minha indignação, a minha insatisfação. 
       Não estou generalizando, estou somente refletindo sobre situações de práticas com as quais não concordo e que me deixam chocada.
       Então, lá vai o texto tal qual escrevi:

                                          Chocada...!!!
       As vezes, muitas vezes, seguidamente, ..., tenho ficado chocada com o descaso em relação a educação. Porém, o mais chocante, é que este fato quando está relacionado ao descaso do poder público, parece ser previsível, imaginável,...Mas, quando este descaso parte de docentes, é realmente lamentável, inaceitável e até mesmo incoerente.
       Sim, incoerente porque parte daqueles que estão sempre cobrando, criticando e reclamando, e com razão, ao poder público valorização e reconhecimento à sua profissão e ao sistema de ensino.
       Entretanto, quando vamos às escolas compartilhar destes desejos e ideais, nos deparamos com uma inversão nos valores tão sonhados.
       A realidade da escola pública é muito triste e desmotivadora. Mas, os mesmos docentes que muitas vezes balançam bandeiras, são aqueles que no dia a dia da escola não cumprem com suas atribuições, com seus deveres, desrespeitando os direitos dos alunos e dos colegas. Onde, infelizmente, valores básicos e necessários para a interação e a organização do trabalho coletivo não se fazem totalmente presentes.
      Neste sentido, posso dizer que as falas e as ações estão longe das práticas, pois, valores humanos e sociais como a ética e a moral muitas vezes, passam a ser negligenciados no dia a dia escolar, afetando e comprometendo a aprendizagem dos alunos e a motivação e credibilidade dos professores.
      Este, é o desabafo de uma professora substituta, frente as diversas situações dentro da sua escola.

                                                                                                      Imagem relacionada








terça-feira, 26 de junho de 2018

Conversando...


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    Hoje, conversando com a Assistente de Alfabetização recém chegada na escola, onde trocávamos ideias e informações, fiquei surpresa ao ouvir seus relatos e suas preocupações.  Ao perguntar sobre quais pré-requisitos seriam necessários para que as pessoas pudessem se inscrever às vagas de assistente nas turmas de alfabetização, mais especificamente nas turmas de 1º e 2º ano do ensino fundamental, fui surpreendida com sua resposta, pois, me relatou que a princípio eram pessoas em curso ou graduadas em Pedagogia ou Letras. Bom, perfeito!Ok! Não que isto em alguns casos faça a diferença, mas, pelo menos são pessoas com o mínimo de conhecimento na área da educação, porém, muitas vezes sem nenhuma prática.
     Entretanto, salientou que devido ao baixo índice de inscrições e ao grande número de desistência dos inscritos, agora, esta semana, haveria nova inscrição para pessoas sem nenhum tipo de pré-requisitos, como ela mesmo disse, "qualquer um que queira". 
     Assim como eu, que fiquei surpresa e preocupada com sua resposta, ela também demonstrou o mesmo sentimento, porém, acrescentou sua indignação frente a este fato, pois considerava injusto e se sentia desvalorizada pelo novo critério.
    Toda essa conversa me fez refletir e voltar a ler o "Manual Operacional do Sistema de Orientação Pedagógica e Monitoramento", do Programa Mais Alfabetização/2018, considerando que o Assistente de Alfabetização é responsável: 
-pela realização das atividades de acompanhamento pedagógico sob a coordenação e supervisão do professor alfabetizador, conforme orientações da secretaria de educação e com o apoio da gestão escolar; 
-pelo apoio na realização de atividades, com vistas a garantir o processo de alfabetização de todos os estudantes regularmente matriculados no 1º ano e no 2º ano do ensino fundamental. 
-pela participação do planejamento das atividades juntamente com a Coordenação do Programa na escola; 
-por auxiliar o professor alfabetizador nas atividades estabelecidas e planejadas por ele; 
-pelo acompanhamento do desempenho escolar dos alunos, inclusive efetuando o controle da frequência; 
     Então, minha reflexão se deu a respeito de que "qualquer um que queira", terá competência para cumprir com suas responsabilidades? Será que "qualquer um que queira, terá conhecimento para exercer seu papel fundamental nesse complexo processo?
    Pois, de acordo com o próprio manual, "O Programa dispõe de bases no reconhecimento de que os estudantes aprendem em ritmos e tempos singulares e necessitam de acompanhamento diferenciado para superarem os desafios do processo de alfabetização, garantindo a equidade na aprendizagem. O Programa entende que a alfabetização constitui o alicerce para a aquisição de outros conhecimentos escolares e para a busca de conhecimento autônomo, reconhecendo, fundamentalmente, que o professor alfabetizador tem papel fundamental nesse complexo processo. 

Fonte:
file:///C:/Users/Luisa/Downloads/manual_operacional%20mais%20alfabetiza%C3%A7%C3%A3o%20(7).pdf






domingo, 24 de junho de 2018

Compartilhando Saberes


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     Sábado foi dia da Feira de Ciências e Tecnologias na minha escola. Foi um dia muito especial e importante não só para os alunos e comunidade, mas também para nós professores. Digo isto, em função de vários relatos e desabafos reflexivos positivos de alguns professores no final da manhã letiva.
     Este, é um evento que mexe com a escola, mexe com a rotina da sala de aula, e portanto, mexe com a acomodação pedagógica da maioria dos professores.
     Normalmente, a maioria dos professores desenvolvem aulas muito tradicionais, sem proporcionar nenhum tipo de desacomodação aos alunos e as aprendizagens.
     Como nas semanas que antecederam a feira, foram semanas de muito planejamento, movimento e organização, podemos dizer que isto promoveu uma maior articulação entre os alunos e demais seguimentos da escola, principalmente no que diz respeito ao comportamento dos professores em relação aos alunos e as questões pedagógicas da sala de aula e demais espaços escolares. 
     Muitas práticas tradicionais foram percebidas e revistas, levando alguns professores a compreender a importância e a necessidade em levar o aluno a ser sujeito ativo no seu processo de aprendizagem. Onde, para construir e apresentar os trabalhos e concordando com Comênio, o elemento do realismo no ensino "propõe que os alunos façam experiências por conta própria e aprendam a partir das próprias observações e não somente repetindo o que outras pessoas disseram" (cap. 18). 
     Neste sentido, a feira serviu como atividade desencadeadora e reflexiva para novos planejamentos, novas práticas e portanto, novos saberes. Saberes que precisam ser experimentados e transformados em novos conhecimentos, em novas aprendizagens.
     De acordo com o texto de Maria Isabel Dalla Zen e Maria Luisa Xavier, "o planejamento é processo constante através do qual a preparação, a realização e o acompanhamento se fundem, são indissociáveis".

Fonte:
Texto de Johannes Doll e Russel Rosa "A metodologia tem história".

Texto de Maria Isabel H. Dalla Zen e Maria Luisa M. Xavier "Planejamento em destaque Análises menos convencionais" em https://moodle.ufrgs.br/mod/resource/view.php?id=1473014

                                                                                                                                                 
                              
 

Compartilhando Experiências

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     Como em todas as outras atividades que envolveram apresentações, este trabalho de campo da EJA não poderia ser diferente. Foi realmente um momento de muitas aprendizagens, trocas e compartilhamento de experiências.
     São estes, alguns dos momentos reflexivos que fazem toda a diferença para as nossas práticas, pois, são momentos de relatos vivos das práticas e das experiências do dia a dia das nossas escolas, são relatos de realidades e diversidades pedagógicas que servem como reflexão e aprimoramento para novas aprendizagens, para um novo ensinar e aprender. Concordo com FREIRE, quando diz: "Quando saio de casa não tenho dúvida nenhuma de que, inacabados e conscientes do inacabamento, abertos à procura, curiosos, "programados, mas para aprender", exercitaremos tanto mais e melhor a nossa capacidade de aprender e de ensinar quanto mais sujeitos e não puros objetos do processo nos façamos"(Freire, 1997, p.65). 
    Pois, neste sentido é necessário que nossa capacidade de aprender e ensinar seja exercitada e flexível, para que possamos estar em constante ação/reflexão/ação, a fim de podermos contemplar as necessidades e especificidades dos nossos alunos, levando em consideração as características de propostas pedagógicas das diferentes modalidades de ensino, mas, principalmente as da EJA por ter finalidades e funções específicas, por considerar as diferenças individuais e os conhecimentos informais dos estudantes, adquiridos a partir das vivências diárias e no mundo do trabalho.



Referências:

Fragmento do texto “Planejamento: em busca de caminhos”, Maria Bernadette Castro Rodrigues.







sexta-feira, 15 de junho de 2018

Sobre Alfabetizaçâo


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  Hoje, após conversar com uma colega na qual refletíamos sobre a necessidade de se repensar as estratégias metodológicas nas turmas de alfabetização da nossa escola, eis que a noite me deparo com o texto  "Consciência Fonológica e Aquisição da Linguagem Escrita: relações e implicações para a prática pedagógica"
  Coincidência ou não, não sei, mas o texto veio exatamente ao encontro das considerações que estávamos fazendo sobre o processo de alfabetização. Pois, nossa reflexão se deu a cerca da necessidade de "se pensar em um trabalho escolar que promova a relação entre a consciência fonológica e a linguagem escrita na prática pedagógica, onde o professor exerce o papel de mediador, auxiliando a criança a refletir sobre as palavras em sua dimensão sonora ao mesmo tempo em que analisa as partes gráficas", como foi colocado pelas próprias autoras.
     Neste sentido, concordarmos que há uma relação recíproca entre a consciência fonológica e a aquisição da linguagem escrita, "cabendo ao professor o planejamento de estratégias sistematizadas que contribuam para o desenvolvimento e o avanço no processo da aprendizagem, permeando as dimensões da alfabetização e do letramento e considerando as especificidades de cada processo".
     Onde, "ler e escrever pressupõem o domínio de inúmeras habilidades, exigindo diferentes capacidades e vai muito além do simples ato de decodificar palavras. A aprendizagem da leitura e da escrita atravessou e atravessa um longo percurso. Nesse processo, de acordo com Godoy (2005), o ponto inicial da interseção entre a linguagem oral e a linguagem escrita é a relação entre letras e sons. Dessa forma, as características fonológicas da língua oral e as características do sistema de escrita contribuem como elementos facilitadores dessa aprendizagem".

Fonte:
http://blog.newtonpaiva.br/pos/e11-ped-01-consciencia-fonologica-e-a-aquisicao-da-linguagem-escrita-relacoes-e-implicacoes-para-a-pratica-pedagogica/


quarta-feira, 30 de maio de 2018

Repensando


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     Hoje, fazendo e refazendo umas leituras sobre a Educação de Jovens e Adultos, mais especificamente lendo as Diretrizes Curriculares Nacionais para a EJA, pude perceber e refletir algumas questões com as quais nos deparamos diariamente dentro das escolas, mas que não são relacionadas somente a  modalidade da EJA.
     Percebi que, no PARECER CNE/CEB 11/2000 (p. 5), tem um trecho que diz: "a Educação de Jovens e Adultos (EJA) representa uma dívida social não reparada para com os que não tiveram acesso a e nem domínio da escrita e leitura como bens sociais, na escola ou fora dela, ..., onde, ... "ser privado deste acesso é, de fato, a perda de um instrumento imprescindível para uma presença significativa na convivência social contemporânea." Através deste trecho, refleti que esta dívida social, no caso aqui reparadora e descrita para a EJA, infelizmente está se fazendo presente nas turmas dos anos iniciais, porém como uma dívida atual por falta de comprometimento em relação a alfabetização e o letramento. 
     Digo isto, porque percebo turmas de anos iniciais (ciclo da alfabetização) que perpetuam suas práticas tradicionais e bancárias de cópia e repetição de informações, sem priorizar uma prática dialógica, levando em consideração as vivências, as habilidades e as competências, almejando uma alfabetização emancipatória como forma de aprender e ser no mundo.
   Este perceber e refletir, me faz repensar que, "os sistemas de ensino desenvolveram esforços no afã de propiciar um atendimento mais aberto a adolescentes e jovens tanto no que se refere ao acesso à escolaridade obrigatória, quanto a iniciativas de caráter preventivo para diminuir a distorção idade/ano" (CEB11.doc. p. 5 /SAO 006) mas, de que adianta repensar somente a EJA, e não repensarmos os anos iniciais como base fundamental e necessária para uma construção de aprendizagem significativa. Onde, talvez, tenhamos uma função menos reparadora de ensino, e passamos a ter uma função mais equalizadora de igualdade de direitos e qualificadora para uma educação permanente com um "apelo para as instituições de ensino e pesquisa no sentido da produção adequada de material didático que seja permanente enquanto processo, mutável na variabilidade de conteúdos e contemporânea no uso de e no acesso a meios eletrônicos da comunicação." 
    "Dentro deste caráter ampliado, os termos “jovens e adultos” indicam que, em todas as idades e em todas as épocas da vida, é possível se formar, se desenvolver e constituir conhecimentos, habilidades, competências e valores que transcendam os espaços formais da escolaridade e conduzam à realização de si e ao reconhecimento do outro como sujeito" (CEB11.doc. p. 12 /SAO 006).

Fontes:
Parecer CEB no. 11/2000 -  Parecer Jamil Cury - Diretrizes Curriculares Nacionais da EJA
https://moodle.ufrgs.br/pluginfile.php/2381340/mod_resource/content/3/parecer_11_2000-anotado.pdf 

domingo, 27 de maio de 2018

Brincar - aprender e ensinar com prazer


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     De acordo com a Profa. Dra. Tânia Fortuna, em sua palestra  "Sala de aula é lugar de brincar? Por uma pedagogia do brincar", podemos compreender e refletir sobre a importância do brincar  em sala de aula.
      Todas as crianças brincam e é por meio do brincar que as crianças aprendem sobre si mesmas e o meio que as rodeia.
   Durante a infância, o brincar é fundamental para o desenvolvimento físico, emocional, social e intelectual das das crianças, daí a importância e a necessidade da sua promoção em sala de aula.
   É através dos jogos e brincadeiras, que as crianças desenvolvem habilidades importantes como a atenção e concentração, imaginação, criatividade, habilidades motoras, memória, força, equilíbrio, liderança, controle da ansiedade, reflexão, trabalho em equipe, socialização, raciocínio lógico e estratégico, dentre outras.
    Infelizmente, muitas pessoas ainda não conhecimento do valor da brincadeira no desenvolvimento das crianças. A ideia muitas vezes divulgada é a de que o brincar seja somente um entretenimento, como se não tivesse outras utilidades mais importantes.
     O jogo e/ou brincadeira são formas da criança se expressar, já que é uma circunstância favorável para manifestar seus sentimentos, onde o brinquedo passa a ser a linguagem da criança.
   É de suma importância que tanto a família quanto a escola tenham consciência da necessidade de disponibilizar flexibilidade para as brincadeiras proporcionando momentos lúdicos e prazerosos de aprender e ensinar, contribuindo para o pleno desenvolvimento das crianças.
      Na sala de aula, o brincar entra como recurso pedagógico, que proporciona à criança momentos em que ela pode mostrar sua agilidade através da competição, refletir sobre o fazer, organizar e desorganizar, construir e reconstruir, crescer nos aspectos culturais e sociais como parte essencial de uma sociedade.
   Nas palavras de Ferreiro (1988), Brincar “é divertir-se e entreter-se infinitamente em jogos de criança” Lúdico - “que tem caráter de jogos, de aprender brinquedo e divertimento; é uma necessidade básica da personalidade, do corpo e da mente, faz parte das atividades essenciais da dinâmica humana” (FERREIRO, 1988, p.139).
  
Fonte:
http://www.webartigos.com/artigos/a-importancia-do-brincar-no%20desenvolvimento-da-crianca/4448/
   

quinta-feira, 17 de maio de 2018

Cultura digital e educação


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   De acordo com o professor Daniel, cultura, estruturas sociais e tecnologias são variáveis interdependentes, ou seja, se influenciam mutuamente uma a outra. Assim, podemos dizer que técnica e tecnologia estão arraigadas nos aspectos culturais, uma vez que a tecnologia está relacionada ao tempo, ao espaço e ao lugar.
     A tecnologia criou novos meios de comunicação, que criaram novas formas de ação e interação no mundo social.
    Novas tecnologias possibilitam a interatividade com o mundo, facilitam o acesso à informação e influenciam como interagimos com outras pessoas, criando novas formas de comunicação e de tipos de relacionamentos sociais, tanto pessoais como profissionais.
    Neste sentido, toda a tecnologia de alguma forma nos condiciona a uma cultura que vai além do próprio uso dela, como por exemplo, mudou a forma de muitas pessoas se comunicarem no dia a dia, onde a presença física para interagir com os outros se torna menos necessária à medida que mais pessoas se comunicam virtualmente, criando novas formas de ação e interação e novos modos de exercer poder, que não mais dependem de uma localização fixa.
      Entretanto, todo esse dinamismo cultural que afeta a sociedade repercute na escola e a educação também sente os efeitos da ampliação desses mecanismos tecnológicos. Por isso, é essencial se pensar qual o papel da escola na preparação dos indivíduos em sua relação com as tecnologias, sendo que  estão presentes em todos os segmentos da vida. 
    Na educação, é preciso que o professor assuma um papel autoral da docência no uso das tecnologias digitais, compreendendo a importância da intencionalidade do seu uso e do seu potencial.
     De nada adianta a escola investir em tecnologias, se o seu uso não for adequado e/ou suficiente para proporcionar transformações e novos conhecimentos. 
      A nova Base Nacional Comum Curricular (BNCC), destaca dez competências gerais da Educação Básica, dentre as quais uma está relacionada ao uso das tecnologias dentro da escola: 

- Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva.


Referências
https://moodle.ufrgs.br/pluginfile.php/2410580/mod_resource/content/1/MAriaIsabelCunha_InovacoesPedagogicas.pdf
https://moodle.ufrgs.br/pluginfile.php/2425153/mod_resource/content/4/SCHLEMMER_O%20trabalho%20do%20professor%20e%20as%20novas%20tecnologias.pdf
http://basenacionalcomum.mec.gov.br/wp-content/uploads/2018/04/BNCC_EnsinoMedio_embaixa_site.pdf
  

domingo, 13 de maio de 2018

Aquisição da Linguagem


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Durante nossa aula presencial com a professora Aline, podemos compreender o processo de aquisição da linguagem de acordo com a teoria Piagetiana.
Segundo Piaget, a aquisição e o desenvolvimento da linguagem nascem da maturação biológica dos esquemas sensório-motores produzidos pela experimentação ativa da criança com o meio e com os objetos, mostrando-se como um reflexo das capacidades cognitivas.
Neste sentido, as funções elementares vão sendo assimiladas e acomodadas cognitivamente fazendo com que a linguagem seja aprimorada e passe a ser ampliada dos níveis básicos aos níveis mais complexos de aquisição.
A teoria piagetiana sugere que o desenvolvimento linguístico depende do desenvolvimento da inteligência, sendo considerado uma forma de representação desta última. 
Para o teórico, é o desenvolvimento cognitivo que irá possibilitar o nascimento do simbolismo. A função simbólica irá aparecer num conjunto de atividades essencialmente sensório-motoras, onde a brincadeira simbólica tem, portanto, participação relevante para o desenvolvimento da linguagem.
A linguagem é um meio de interação entre relação e construção do conhecimento. 
Desta forma, podemos considerar que tanto para Piaget quanto para Vygotsky, que a construção das capacidades intelectuais e de linguagem, são resultado de um processo de interação do sujeito com o meio social e físico, pois é pela troca entre o sujeito e o meio que a inteligência estrutura-se, sendo a linguagem, produto da influência destes fatores. 

Referências

"AQUISIÇÃO DA LINGUAGEM". Publicado em 22 de July de 2010. Samanta Demétrio da Silva
"PENSAMENTO E LINGUAGEM: PERCURSO PIAGETIANO DE INVESTIGAÇÃO". Adrián Oscar Dongo Montoya  







segunda-feira, 7 de maio de 2018

Reflexão e Planejamento


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Hoje, ao realizar as leituras dos textos de Rodrigues (2011)  e Rays (2000), e após preencher o quadro sobre os estudos de Rays, pude refletir a partir das ideias principais do texto em relação as práticas pedagógicas da minha escola. 
Como já relatei aqui em outros momentos, tenho estado numa fase muito reflexiva em relação a minha escola e ao meu papel dentro dela. 
Estamos num momento de reconstrução do PPP, que para minha surpresa voltou como pauta de reunião. Digo para minha surpresa, porque numa reunião do início do ano letivo o tema avaliação veio a tona devido a dúvidas de alguns professores, e quando eu questionei que o PPP deveria ser retomado para estudo e discussão pelo grupo, obtive como resposta que ele estava pronto e enviado a SMED. Isto na época me deixou muito incomodada, fazendo com que eu cobrasse uma atitude da direção, o que gerou certo desconforto por parte da equipe (supervisão e coordenação), pois o documento estava sendo organizando por eles. 
Então, ao ler os textos e preencher o quadro, fiquei ainda mais convicta sobre minha preocupação com as questões pedagógicas da escola. Pois, com a retomada do PPP, ficou evidente que itens como: objetivos, conteúdos, procedimentos e avaliação (planejamento), não são contemplados com toda a sua totalidade e importância dentro de proposta metodológica para a escola. 
Porém, questões como estas, que são primordiais ao desenvolvimento do processo de ensino e aprendizagem, parecem não ser tão importantes e necessárias para alguns professores. Há uma certa resistência a respeito de se pensar num planejamento que atenda as necessidades dos alunos. Há uma certa resistência em relação ao novo, em experimentar, em mudar, em repensar novas práticas pedagógicas.
Eu, particularmente sou defensora da necessidade de mudança pedagógica e metodológica nas turmas de alfabetização da escola. Inclusive já relatei por várias vezes esta preocupação e esta necessidade visível de se repensar as práticas de alfabetização destas turmas.
Neste sentido, compactuo com Rays, quando diz: "o ato de planejar o ensino revela sempre, por parte do educador, uma atitude axiológica, ética, política e pedagógica, que pode ou não contribuir para uma formação de qualidade dos educandos". Pois, se queremos superar o planejamento tido como um ato mecânico é preciso construir um planejamento que expresse um processo educativo de qualidade. 
Precisamos pensar a alfabetização como algo muito mais relevante que aprender a ler e escrever com criticidade, pois, com a aquisição da linguagem o indivíduo  se torna autocrítico, tem acesso a uma prática historicamente construída que o levam ao empoderamento.
Entretanto, para que isto venha acontecer, o pedagógico deve tornar-se mais político e o político, mais pedagógico. É preciso desenvolver práticas pedagógicas de planejamento reflexivas que permitam a participação de todos e que venham ao encontro das necessidades da comunidade.

Referência:
https://moodle.ufrgs.br/pluginfile.php/2407153/mod_resource/content/2/Planejamento%20de%20ensino%20um%20ato%20pol%C3%ADtico-pedag%C3%B3gico%20de%20Rays.pdf


segunda-feira, 16 de abril de 2018

Comênio, o pai da didática moderna


Comênio


       Comênio, filósofo tcheco combateu o sistema medieval, defendeu o ensino de "tudo para todos" e foi o primeiro teórico a respeitar a inteligência e os sentimentos da criança.
       Sem dúvidas, Comênio era um homem a frente de deu tempo. Quando falamos em direito à educação para todos, somos conscientes que este é um princípio que só surgiu há algumas dezenas de anos. Entretanto, elas já eram defendidas em pleno século 17 por Comênio (1592-1670), o pensador tcheco que é considerado o primeiro grande nome da moderna história da educação.
       Na sua obra mais importante, Didactica Magna, Comênio marca o início da sistematização da pedagogia e da didática no Ocidente.
       No livro, o pensador realiza uma racionalização de todas as ações educativas, indo da teoria didática até as questões do cotidiano da sala de aula. A prática escolar, para ele, deveria imitar os processos da natureza. Nas relações entre professor e aluno, seriam consideradas as possibilidades e os interesses da criança. O professor passaria a ser visto como um profissional, não um missionário, e seria bem remunerado por isso. E a organização do tempo e do currículo levaria em conta os limites do corpo e a necessidade, tanto dos alunos quanto dos professores, de ter outras atividades.
       Comênio não foi o único pensador de seu tempo a combater o pedantismo literário e o sadismo pedagógico, mas ousou ser o principal teórico de um modelo de escola que deveria ensinar "tudo a todos", aí incluídos os portadores de deficiência mental e as meninas, na época alijados da educação, defendia o acesso irrestrito à escrita, à leitura e ao cálculo. Queria ligar pesquisa empírica (ciência), racionalidade filosófica e revelação religiosa para uma apreensão unitária, orgânica, integral da realidade. E queria tornar esse conhecimento acessível a todas as criaturas humanas. Ensinar tudo e todos – para que a humanidade se organizasse com os valores da fraternidade e da paz.
       "Esta perspectiva explica também a seriedade, com a qual Comênio abordou a questão educacional e a necessidade de dar uma educação a todos, homens e mulheres, de todos as classes sociais, de forma igual (Reble, 1987, p. 110)".
        Neste sentido, vale destacar quatro elementos importantes da pedagogia de Comênio que se fazem necessários nas escolas da atualidade: a consideração do aluno; o ensino igual para todos; o realismo do ensino e o bom relacionamento entre professor e aluno como fundamento para a aprendizagem.
        Comênio faz uma leitura cuidadosa e perspicaz de seu tempo. Percebeu que o bom professor não se faz em sala de aula com os métodos tradicionais de ensino. O bom professor é aquele que vive o seu tempo histórico-social, o registra e o leva para a sala de aula dando-lhe uma forma didática adequada para que os alunos aprendam de forma sistematizada o conteúdo e o constituam como parte de resposta aos problemas postos pela sociedade.


Referências:
https://novaescola.org.br/conteudo/184/pai-didatica-moderna-filosofo-tcheco-comenio

https://www.cartacapital.com.br/educacao/carta-fundamental-arquivo/o-pai-da-didatica








segunda-feira, 9 de abril de 2018

Pensando...Repensando...


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       Bem, não há como negar que o PEAD tem sido um curso enriquecedor em termos de conteúdo, conhecimentos, trocas de experiências e muitas aprendizagens diversas. 
       Entretanto, acredito que o mais importante é a motivação a respeito do pensar e repensar o nosso papel dentro da escola. Somos diariamente desafiadas a refletir sobre os nossos atos e nossas atitudes. Somos diariamente desafiados a tomar consciência daquilo que fazemos e deixamos de fazer. Somos diariamente desafiados a cumprir com a nossa função e a cobrar para que cada um cumpra a sua.
       Reflexão, palavra chave para pensar e repensar que toda ação tem uma reação.
       Nestes últimos tempos, tenho me percebido ainda mais reflexiva do que habitualmente sou. Digo isto em função das interdisciplinas, das leituras e das ricas trocas de experiências a que somos oportunizadas a compartilhar.
       Pensando conscientemente, posso dizer com toda convicção que a reflexão é uma das práticas indispensáveis e indissociáveis acerca do trabalho docente, assim como, a participação coletiva acerca das tomadas de decisões dentro da escola.
       Porém, também não há como negar que infelizmente ainda encontramos resistência e acomodação tanto nas decisões coletivas como nas mudanças de cunho epistemológicos. 
       Precisamos de mais práticas permanentes de reflexibilidade. Nesse sentido Nóvoa (1992), p. 13, defende que:

                                        [...] a formação não se constrói por acumulação (de cursos, de                                                    conhecimento ou de técnicas), mas sim através de um trabalho de                                                reflexividade crítica sobre as práticas e de (re)construção permanente                                          de uma identidade pessoal. Por isso é tão importante investir a pessoa                                          e dar um estatuto ao saber da experiência. 


segunda-feira, 2 de abril de 2018

Indisciplina


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       Diante de algumas situações de indisciplina ocorridas na escola, em especial uma que aconteceu em decorrência de uma saída de turmas ao cinema, onde após, uma aluna do oitavo ano agrediu verbalmente com palavrões e com gestos obscenos a diretora da escola. 
       Esta cena desencadeou uma série de comentários distorcidos e desenfreados não só dentro da escola, como também na comunidade.
Na tentativa de resolver esta situação, a direção conversou com a mãe e com a aluna, ponderando o acontecido e convencendo ambas que seria melhor uma transferência da aluna a fim de acalmar os ânimos e manter a ordem na escola.
       Hoje, olhando meu face, por acaso me defronto com um excelente artigo que aborda o tema indisciplina de uma maneira esclarecedora, reflexiva e de cunho democrático. Ou seja, bem ao encontro a tudo o que tenho tentado refletir e construir dentro da escola, um espaço mais participativo e democrático, onde as tomadas de decisões sejam a partir das discussões do coletivo diretamente envolvido. 
       Entretanto, concordo com a frase do artigo em que diz: "Para que não haja problemas sérios de indisciplina, é necessário que a escola se preocupe em construir a disciplina que deseja", ou seja, tudo é construção
        De acordo com o Professor e Diretor Claudio Neto, em suas experiências e vivências "escolas que não compreendem a necessidade de considerar a participação dos alunos tem enveredado pela via da repressão e do disciplinamento".
       "Em contrapartida, aquelas escolas que obtiveram êxito no processo de construção da cultura de paz foram aquelas que apostaram na participação dos alunos e da comunidade escolar", e cita alguns fatores do sucesso:

        - As  regras:
        Repactuar as regras com a participação dos alunos e da comunidade, começando dos direitos para depois tratar dos deveres, ainda que eles também sejam importantes. Este gesto sinaliza que a função da regra não se limita a restringir, mas garantir direitos também. 

        - A coerência:

        Zelar pelo cumprimento das regras é tão importante quanto estabelecer o que deve e o que não deve ser feito. Há coisas que devem ser feitas por todos da escola e não apenas pelos alunos. Pois, na maioria das vezes são as incoerências que inviabilizam a validade das regras no contexto escolar.

       - Os dispositivos de acompanhamento e solução de conflitos:


       Evidentemente não basta criar boas regras e nem considerar a participação dos alunos apenas no momento de elaboração delas. Estabelecer as maneiras de resolver os impasses e envolver os alunos nisso também é fundamental.
         - A impessoalidade da regra: 
       Parece redundante e óbvio falar em regra impessoal, mas entender isso é fundamental para o sucesso da construção da disciplina na escola. Afinal, nem toda obviedade é tão óbvia como parece ser, principalmente em uma organização plural como a escola. Nas escolas em que as regras não são claras, ou o desrespeito a elas é flagrante, os desfechos variam de acordo com as pessoas responsáveis em fazer a mediação e, principalmente com o humor dessas pessoas no momento da mediação. 
      Democracia e aprendizagem: 
      Os grandes fundamentos da cultura de paz na escola. O acesso ao conhecimento – bem cultural produzido social e historicamente pela humanidade e veiculado na escola – é a grande razão de existir dessa instituição e dos educadores.  Afinal, a aprendizagem é um fator organizador da disciplina e não o contrário. Onde, acesso ao conhecimento deve ser visto como parte do processo democrático na escola e não apenas a participação nos momentos de escolha e de decisão. Se isso for devidamente compreendido teremos a máxima que deve ser observada por todas as escolas: não basta à escola ser democrática, ela deve promover a democracia.
Referência:
https://gestaoescolar.org.br/conteudo/1964/como-construir-a-disciplina-e-o-clima-de-paz-na-escola ( acesso em 02/04/2018).
* Claudio Marques da Silva Neto é diretor da EMEF Infante Dom Henrique, em São Paulo. Tem experiência em direitos humanos, formação docente, cultura escolar, indisciplina, violência e gênero. É mestre e doutorando em Educação pela Universidade de São Paulo (USP) e autor do livro Indisciplina e Violência Escolar: dilemas e possibilidades.