terça-feira, 29 de dezembro de 2015

                   Para refletir um pouquinho sobre avaliação...

A Avaliação Emancipatória é um processo contínuo, participativo, diagnóstico e investigativo,  intimamente ligado à concepção de conhecimento e currículo,sempre provisório, histórico, singular na medida em que propicia o tempo adequado de aprendizagem para cada um e para o coletivo. A finalidade da Avaliação Emancipatória é diagnosticar avanços e entraves, para intervir, agir, problematizar e redefinir rumos a serem percorridos.
 Não se reduz a mera atribuição de notas, conceitos ou pareceres para aprovação ou reprovação, já que o processo educacional não pode ser tratado nem reduzido a esses aspectos.
A investigação contínua sobre os processos de construção da aprendizagem demanda rigor metodológico, que se traduz por registros significativos, sinalizando as possibilidades de intervenções necessárias ao avanço e à construção do conhecimento. Os registros garantem também a socialização e construção histórica deste processo, com produções dos alunos como amostras significativas da aprendizagem.Avaliar nesta nova ética é perquirir o sentido da construção realizada, da consciência crítica, da autocrítica, do autoconhecimento, investindo na autonomia, autoria, protagonismo e emancipação dos sujeitos. 
Evidentemente que nessa perspectiva está presente o trabalho continuo de replanejamento do processo de ensino posto que tal concepção produz impactos na sala de aula e não somente sobre o processo de aprendizagem do aluno. Portanto, deve assumir caráter educativo, viabilizando ao estudante apropriar-se do seu processo de aprendizagem e, ao professor e à escola, a análise aprofundada do processo dos alunos, oportunizando replanejamento e reorientação de atividades em outros espaços e tempos.


segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

Ansiosa

       De acordo com o dicionário ansioso significa, inquieto, impaciente, angustiado, desejoso, preocupado e aflito. Pessoa que sofre pela espera.
       É assim que estou me sentindo hoje, após postar a Síntese Reflexiva das Aprendizagens do II semestre, me bateu essa ansiedade em relação a espera pelo resultado da análise dos professores.
       Afinal, são tantas tarefas ao mesmo tempo. 
       Encerramento das avaliações diagnósticas, construção dos pareceres, fechamento dos cadernos chamadas, apresentações, formaturas, festas de encerramento e tudo mais que se organiza dentro das escolas, principalmente no final do ano letivo.
       E, junto a tudo isto, a construção do trabalho escrito, a preparação para a apresentação oral e a espera pelo resultado final. Aja tempo!!!
       Por isso, nesse momento eu estou me sentindo ansiosa, sofrendo pela espera  e tentando arrumar tempo para tudo.
       Quando de repente, me deparo com esta postagem que diz:

       Por menos que seja o seu tempo de estudo, estude!
       Não tenha medo de crescer lentamente, tenha medo apenas de ficar parado!
       Então, vamos lá e mãos à obra!!!

segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Conceitos de infâncias...???...

             ..."apesar de sempre ter havido crianças, nem sempre houve infâncias"...

       Realizando a leitura do texto, Constituindo a criança, de Chris Jenks, me deparei com esta pequena e simples frase, mas de grande e complexo significado, que me fez muito pensar e refletir.
       Se pensarmos através desta concepção, podemos afirmar que hoje, há infância para todas as nossas crianças?
       Afinal, o que é e como é a infância? Como pensar em infância?
       Conforme LARROSA, devemos ver a infância como:
      "A infância como algo que sempre nos escapa, que tumultua o que sabemos, que suspende o que podemos e qualifica o lugar que construímos para ela".
        Portanto, de uma coisa podemos ter certeza:
    "As crianças, todas as crianças, transportam o peso da sociedade que os adultos lhes legam, mas fazendo-o com leveza da renovação e o sentido de que tudo é de novo possível".(Bhabha, 1998).
      E então, será que já conhecemos e entendemos nossas crianças e suas infâncias?
        Para encerrar, deixo um parágrafo do texto em que diz:
      "Qualquer revisão da multiplicidade de perspectivas, antigas e recentes, sobre a infância, revela um paradoxo constante, que no entanto se manifesta sob uma diversidade de formas. Em poucas palavras, podemos dizer que a criança nos é simultaneamente familiar e estranha, que ela habita o nosso mundo e contudo parece responder a um outro mundo, que ela vem de nós e contudo parece apresentar uma ordem do ser sistematicamente diferente.

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Para refletir...

                Texto encontrado após a Segunda Guerra Mundial, 
                          num campo de concentração nazista.
     "Prezado professor, sou sobrevivente de um campo de concentração. Meus olhos viram o que nem um homem deveria ver. Câmara de gás construídas por engenheiros formados. Crianças envenenadas por médicos diplomados. Recém-nascidos mortos por enfermeiras treinadas. Mulheres e bebês fuzilados e queimados por graduados de colégios e universidades. Assim tenho minhas suspeitas sobre a Educação. Meu pedido é: ajude seus alunos a tornarem-se humanos. Seus esforços nunca deverão produzir monstros treinados ou psicopatas hábeis. Ler, escrever e saber aritmética só são importantes se fizerem nossas crianças mais humanas".

terça-feira, 17 de novembro de 2015

       Como uma das atividades da interdisciplina da História, tínhamos que elaborar um "Manifesto dos Educadores e Educadoras Brasileiras do século XXI", que poderia ser  feito por meio de poema, discurso, desenho, vídeo, animação, teatro, bordado, entre outras propostas...
       Porém, o trabalho era em grupo, o que foi feito. Como fiquei em dúvidas se iria ser postado, quando me dei por conta, no dia do prazo para entrega, resolvi de última hora criar um poema. Foi quando então, soube que o trabalho do grupo já estava pronto para ser postado. Daí pensei: Por que não postar o poema, afinal, foi uma criação minha? Então, lá vai:

                        Falando em Educação!!!
               A educação não deve ser bandeira,
               não deve ser obrigação.
               Numa nação que se preze
               educação deve ter valorização,
               movimento e transformação.

               A educação não deve ser bandeira,
               não deve ser vocação.
               Numa nação que se preze
               educação deve ter direitos,
               responsabilidades e qualificação.

               A educação não deve ser bandeira,
               não deve ser jogo de eleição,
               não deve manifestar os interesses dos políticos de ocasião.
               Numa nação que se preze
               educação deve ter expressão,
               deve acreditar na escola pública, na vida e no cidadão.
                                                                     Maria Luiza Goulart, Nov. 2015

               

domingo, 1 de novembro de 2015

Importância dos desenhos

                                       Desenhos Infantis

      Sem dúvida, o desenho apresenta uma importante função no desenvolvimento infantil.
      O desenho das crianças é uma das formas de expressar o que sentem e pensam sobre si mesmas e o mundo. É, através do desenho que elas passam a entender melhor suas emoções e a mostrar sua interpretação dos valores, conceitos e normas da sociedade, assim como, expressar carinho pelos amigos e familiares, além de descobrirem que é possível inventar e fantasiar.
     O desenho revela uma forma de se expressar e contribui em vários aspectos, entre eles: coordenação motora, visão, movimentos das mãos, organização do pensamento, construção das noções espaciais e outros aspectos cognitivos muito importantes para a alfabetização.
     Seja na escola, ou em casa, o simples ato de desenhar é muito importante para uma criança, de modo que ela trabalhará o seu cognitivo e também poderá se comunicar melhor com seus pais através deste método tão simples.É através dos traços e cores que a criança faz onde é possível visualizar o que ela sente e o que ela pensa sobre determinado assunto.
     O desenho é como um instrumento valioso de compreensão pelo adulto do entendimento que a criança tem de mundo.  

         O ponto de partida para o desenvolvimento estético e artístico é o ato simbólico que permite reconhecer que os desejos persistem independentemente de sua presença física e imediata. Operar no mundo dos símbolos é perceber e interpretar elementos que se refere a alguma coisa que esta fora dos próprios objetos. Os símbolos representam o mundo a partir das relações que a criança estabelece consigo mesma, nação e com a cultura. (BRASIL, 1988b, p. 91). 




segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Compartilhando...

      Realizando leituras sobre sexualidade infantil, encontrei essa reportagem da Gazeta do Povo na  coluna Viver Bem, achei interessante e resolvi compartilhar: 
                               Falando de sexualidade infantil
Já faz quase um século que Freud descreveu a sexualidade infantil, escandalizando a sociedade daquela época. Desde então, muito se estudou e falou sobre este assunto e, mais recentemente, com a inclusão da educação sexual nas escolas, os pais estão se dando conta de que as antigas fórmulas de “se livrar” do problema já não funcionam mais.
As crianças sofrem cada vez mais a influência da tevê, de amigos, de parentes, de babás e empregadas, muitas vezes recebendo noções erradas e prejudiciais. Se nós, os pais, conseguirmos manter um canal aberto com nossos filhos, poderemos discutir e intervir no que não nos parecer correto.
Frequentemente temos dúvidas sobre o que responder e até onde responder às perguntas de nossos filhos. Queremos que nossos filhos sejam mais bem preparados do que fomos e que vivam sua sexualidade de forma mais consciente, mas não sabemos como fazê-lo. É importante, primeiro, que nos remetamos às nossas próprias dúvidas a esse respeito quando éramos crianças e a como teríamos gostado que tivesse sido nossa orientação. Dessa forma fica mais fácil entender a curiosidade de nossos filhos.
Educação sexual é um processo de vida inteira: teremos tempo de melhorar o que não conseguirmos explicar da forma como gostaríamos. Não é fácil para pais que não foram educados desta forma em sua infância, mas o importante é tentar melhorar a educação que possam oferecer a seus filhos. É bom saber que, assumindo ou não a tarefa de orientá-los, conversando ou não, estaremos dando educação sexual. Dependendo da atitude dos pais, as crianças aprendem se sexo é bonito ou feio, certo ou errado, conversável ou não.
Há até bem pouco tempo, dizia-se às crianças que elas teriam vindo trazidas pela cegonha, ou que haviam sido compradas no hospital, ou ainda que teriam brotado de uma flor etc. Hoje, sabemos que não há necessidade de mentir às crianças, mesmo porque elas são muito mais espertas, recebem informações de várias fontes e, portanto, essas “mentirinhas bobas” só servirão para nos desacreditar ante os nossos filhos. Não pode ser considerado feio falar de algo que é natural. O melhor a fazer é falar a verdade, para que possamos mostrar a seriedade do assunto, evitando assim gozações, malícia, palavras de duplo sentido.
Inicialmente, as dúvidas das crianças dizem respeito às diferenças anatômicas entre os sexos e ao nascimento propriamente dito. Elas fazem suas próprias teorias sexuais, hipóteses acerca de como os bebês vão parar nas barrigas de suas mães. Aos poucos, essas teorias vão sendo questionadas e surgem então as dúvidas a respeito de como são produzidos, enfim, os bebês.
As respostas devem ser simples e claras, não havendo necessidade de responder além do que lhe for perguntado. Dar respostas insuficientes faz com que a criança pergunte mais e mais ou, ainda, que vá procurar as respostas em outras fontes nem sempre confiáveis; por outro lado, dar respostas extensas demais, do tipo “aula completa”, também não é indicado, é preciso buscar respostas de acordo com o que a criança for solicitando.
Alguns de vocês podem estar se perguntando: “Será que tanta informação não acabará por estimular na direção errada?”, ou então pensar: “Eu não recebi educação sexual alguma e estou muito bem”. Contrariando preconceitos, pesquisas mostram que crianças esclarecidas tendem a ser mais responsáveis e a adiar o início de sua vida sexual (até porque sua curiosidade foi devidamente saciada) até que amadureçam, possam fazer uso de anticoncepcionais e escolher o parceiro certo.
As outras vantagens de conversar com os filhos sobre sexo desde as primeiras dúvidas são: aumentar a intimidade e a afetividade entre si; abrir caminhos para que se possa conversar sobre tudo; informar corretamente, reduzindo as fantasias e a ansiedade delas decorrente; e, por fim, prevenir futura gravidez indesejável e contaminações por doenças sexualmente transmissíveis, como a sífilis e a aids, entre outras.
Muito importante será nossa atitude ao responder às perguntas: o tom de voz, a segurança nas informações, o fato de estarmos ou não à vontade, tudo isto é captado pela criança também sob a forma de informação.
Aquela antiga história de separar meninos e meninas em grupos diferentes no que se refere à sexualidade, estereotipando os papéis, também traz sérias implicações. Como se não bastasse o fato de negar o igual direito ao prazer no futuro sexual, é preciso saber que meninas passivas, educadas para a submissão, se tornam presas fáceis de abusadores sexuais; por sua vez, os meninos precisam ter espaço para demonstrar suas emoções, o que os prepara para ser pais afetivos.
Os jogos sexuais infantis têm para a criança um sentido diferente daquele dado pelo adulto, e jamais deve acontecer com crianças de idades diferentes, para que não haja coerção.
Existe um período de 4 a 6 anos aproximadamente em que as crianças se voltam para a região genital. Inicialmente a criança imagina que tanto os meninos quanto as meninas possuem um pênis. Ao serem defrontadas com as diferenças anatômicas entre os sexos, as crianças criam as chamadas “teorias sexuais infantis”, imaginando que as meninas não têm pênis porque este órgão lhe foi arrancado (complexo de castração). É neste momento que a menina tem medo de perder o seu pênis.
Neste período surge também o complexo de Édipo, no qual o menino passa a apresentar uma atração pela mãe e se rivalizar com o pai, e na menina ocorre o inverso.
O aprendizado de palavrões é um fato comum entre as crianças a partir de 4 ou 5 anos. Em geral, repetem o que percebem ser proibido, embora não tenham a mínima ideia de seu significado. Em geral, esclarecer seu significado ajuda a criança a deixá-lo de lado e, mais uma vez, a aproxima de seus pais com quem poderão sempre contar para esclarecer suas dúvidas. Ensinar a criança que não é preciso imitar comportamentos inadequados desde pequena é extremamente importante, até para que futuramente ela não se sinta tentada, por coerção de grupos, a mostrar comportamentos que não sejam de sua livre e espontânea vontade, como fazer uso de cigarros, drogas e outros.
Ao final desta exposição, talvez vocês percebam que poderiam ter feito melhor pela educação sexual de seus filhos, ou evitado algumas bobagens. Não devemos nos culpar por isto. Não nascemos sabendo e somos frutos da educação que tivemos. Assim como nossos pais, certamente fazemos o melhor que somos capazes, e será muito bom que possamos ter a oportunidade de repensar algumas situações e atitudes.
*Fernanda Roche é psicóloga, mestre em Saúde Mental Infantil pela Clínica Tavistock e coordenadora-geral do Espaço de Desenvolvimento Criança em Foco

Sexualidade infantil

       "as crianças devem receber educação sexual assim que demonstrarem algum interesse pela questão".
                                                                                 (Maria Cristina Kupfer, p.46)

segunda-feira, 19 de outubro de 2015

                         Refletindo um pouquinho sobre a vida e as vivências...  

                  

domingo, 11 de outubro de 2015

Continuando a refletir sobre alfabetização

                  Alfabetização precoce é perda de tempo
      Para acontecer com sucesso, a alfabetização deve esperar que etapas     anteriores estejam muito  bem construídas e assimiladas

       Passamos tanto tempo recebendo e transmitindo informações por meio da linguagem escrita que ela nos parece quase tão espontânea quanto a comunicação oral. No entanto, não há nada de natural na leitura. Não existe no cérebro nenhuma sequer região especialmente dedicada à decodificação de símbolos que representem palavras. Trata-se de uma habilidade tão complexa que o cérebro precisa se adaptar a ela, criando um circuito neural que envolve diversas áreas - visual, auditiva e de linguagem.
       A maioria de nós esqueceu como foi lento e trabalhoso o processo de aquisição da capacidade de leitura. O fato é que essa transformação no cérebro não acontece e nem pode acontecer de uma hora para outra. É um trabalho em etapas que, por ansiedade dos pais e como consequência inesperada da incorporação do antigo pré ao sistema básico de ensino, em 2004, vem sendo antecipado por muitas instituições de ensino no Brasil.
       Não seria lógico concluir que, por se tratar de algo complexo, a linguagem escrita deveria começar a ser ensinada o quanto antes? Sim e não: se considerarmos que o contato com os livros, as brincadeiras de consciência fonológica, as histórias e as rimas recitadas e cantadas estão formando conexões no cérebro que serão importantes para a aquisição da capacidade de ler, esse processo deve sim começar cedo. Já a alfabetização propriamente dita, para acontecer com sucesso, deve esperar que etapas anteriores estejam muito bem construídas e assimiladas. No entanto, grande parte das escolas e muitos pais esperam que as crianças cheguem ao segundo ano sabendo ler e escrever. Neste nível, a maioria dos alunos tem entre cinco e seis anos de idade - fase em que não estão neurologicamente prontos para começar a ler. Algumas áreas do cérebro envolvidas na leitura, como o giro angular, não estão suficientemente desenvolvidas para que a decodificação faça algum sentido.
       Muitas crianças memorizam letras ou mesmo sílabas, reproduzem palavras inteiras e escrevem seu nome por volta dos quatro anos de idade - o que não significa que isso tudo esteja sendo compreendido por elas. Na verdade, nessa idade elas têm uma memória excelente, mas geralmente não estão maduras para entender a linguagem escrita.
       Estudos mostram que essa maturidade geralmente ocorre entre seis de sete anos, quando acontece o que o neurocientista cognitivo Stanislas Dehaene chama de "revolução mental" em seu livro Os Neurônios da Leitura (Penso Editora). É quando a criança começa a perceber que a palavra pode ser quebrada em diferentes fonemas. No entanto, nenhum cérebro é igual ao outro, e sempre haverá variações na facilidade com que cada um se familiariza com a linguagem escrita, o que traz à escola o desafio de conhecer e respeitar o ritmo dos alunos.
Antes de estabelecer a chamada consciência fonológica, portanto, forçar a alfabetização é perda de tempo. Um tempo que pode ser muito bem aproveitado, pois crianças em idade pré-escolar estão em pleno desenvolvimento de sua consciência metalinguística e ampliando diariamente seu vocabulário. Estudos mostram que, aos três anos de idade, elas ganham a capacidade de absorver a quantidade impressionante de até 20 palavras novas por dia, enquanto assimilam naturalmente complexas regras gramaticais.
       Em vez de forçar um cérebro ainda imaturo a relacionar letras a sons, poderiam estar exercitando a linguagem oral e suas habilidades metalinguísticas e, assim, familiarizando-se com a complexidade das construções sintáticas que seu idioma oferece. Muito mais importante que começar cedo é relacionar a leitura a algo agradável e prazeroso e não a um desafio penoso. Para isso, é necessário que pais e educadores respeitem o ritmo e a maturidade de criança para então iniciar a alfabetização.

Jornalista especialista em neurociências e linguagem, escreve para revista Psique                                                            Publicado: 


segunda-feira, 5 de outubro de 2015

                     ALFABETIZAÇÃO: um processo em construção
     
     
       A partir das atividades propostas na aula presencial da interdisciplina de Alfabetização, comecei a me autoavaliar e a refletir com mais apropriação e segurança sobre o meu papel de professora alfabetizadora e mediadora da construção do conhecimento dos meus alunos, considerando que uma alfabetização com qualidade nos anos iniciais, contribuirá positivamente para a aprendizagem e para o desenvolvimento da criança nos anos seguintes. Portanto, é importante que o professor esteja constantemente se atualizando, adquirindo conhecimentos teóricos e práticos, visando conduzir adequadamente o aluno ao avanço na construção do seu conhecimento.
       Então, refletindo sobre a aula que nos foi proposta com uma intencionalidade incrível em nos fazer pensar e repensar sobre as nossas práticas e posturas pedagógicas e buscando leituras sobre o tema, encontrei na biblioteca da escola, o livro ALFABETIZAÇÃO: um processo em construção, escrito por Maria de Fátima Russo. O livro trata da teoria desenvolvida por Emília Ferreiro e Ana Teberosky, sobre a origem e a evolução das funções psíquicas da criança em relação à alfabetização, ou seja, a psicogênese da leitura e da escrita, que foi usado pela pesquisadora, a fim de reestruturar conceitos e posturas e, particularmente, a refletir sobre o aluno com o qual se trabalha. Além da teoria, o livro apresenta uma parte com sugestões de práticas construtivistas para se trabalhar com as crianças de acordo com as características e desafios dos níveis no processo de alfabetização.
        Eu recomendo!!! 
          
         

domingo, 20 de setembro de 2015

Projeto infância

Falando em infâncias...
     Realizando uma pesquisa que fosse de encontro ao que estamos estudando sobre "as infâncias", me deparei com o site Promenino e com a reportagem "As infâncias que nos rodeiam".
     A infância é invisível ao universo adulto. Esta foi uma das descobertas que mais surpreenderam Gabriela Romeu, jornalista especializada em produção cultural para a infância, idealizadora do projeto Infância, e sua sócia, a jornalista Marlene Peret. A iniciativa se dedica a registrar e documentar o cotidiano e o imaginário das crianças brasileiras - as urbanas, as ribeirinhas, as quilombolas, as indígenas, entre outras. "A ideia é sensibilizar os adultos sobre as infâncias que os rodeiam e sublinhar que crianças têm muitos saberes", expõe Gabriela.
     O epicentro do trabalho são os quintais, já definidos pela jornalista como "uma grande escola dos meninos e meninas do Brasil", representados pelo espaço atrás da casa, pela rua, pelo rio, pela floresta ou pelo próprio vilarejo. Como ela descreveu, estes são ambientes de "descobertas, conflitos, invencionices", onde as crianças " exercitam seus jeitos de perceber, sentir e reagir aos outros e ao mundo".
      Na opinião da jornalista, a criança tem a mesma força criadora e transformadora em todos os lugares. "A todo momento reinventam seu cotidiano e dão soluções incríveis para coisas que talvez nós não soubéssemos resolver". Ela cita um pensamento do educador Paulo Freire, adaptado pela antropóloga Clarice Cohn, segundo o qual as crianças não sabem nem mais nem menos, elas sabem diferente.
      "O Infâncias é uma viagem aos quintais do Brasil, dificilmente visitamos escolas", destaca a pesquisadora. "É bastante diferente a relação com a criança em seu quintal daquele no espaço escolar, com todas as regras e opressões".
     Após realizar a leitura, comecei a refletir e comparar essas realidades apresentadas na reportagem com a realidade com que nos deparamos diariamente dentro das nossas escolas, e então fiquei me questionando: Por que as crianças que temos dentro das nossas escolas não brincam em seus pátios, como descreveu a pesquisadora, usufruindo destes ambientes de descobertas, conflitos e invencionices? Por que essas crianças não respeitam o espaço escolar, apresentando dificuldade em respeitar as regras? Por que essas crianças resolvem seus conflito através da violência ao invés do diálogo? Por que essas crianças estão cada vez mais agindo e reagindo como adultos? Por que há tanta diferença de comportamento entre as crianças das diferentes regiões?
     Muitos são os questionamentos, muitas são as dúvidas, muitos são os anseios, mas, uma coisa é certa, as crianças são o reflexo do meio em que vivem, são resultado da sua realidade cultural, social e econômica. Porém, até que ponto esta exposição à esses diferentes "saberes" ou diferentes "vivências" estão contribuindo para a formação deste futuro cidadão?

     Fonte:http://www.promenino.org.br/noticias/reportagens/as-infancias-que-nos-rodeiam

segunda-feira, 14 de setembro de 2015

     Realizando algumas leituras sobre infâncias, me deparei com este registro no espaço ComKids Colunistas, escrito por Gabriela Romeu, jornalista e documentarista, e também uma das idealizadoras do projeto Infâncias (www.projetoinfancias.com.br). E, refletindo sobre a pergunta que nos foi colocada: Que infâncias nós produzimos e que se produzem nos dias de hoje? Quais as várias formas de experienciar as infâncias?, achei que esta postagem serviria para refletir, indo bem ao encontro sobre o que ouvimos, relatamos e vivenciamos, dentro do que foi e será abordado na aula de Psicologia-Infância de 0 a 10 anos, por isso, resolvi compartilhar.
                 Por que produzimos para crianças?
“(…) a infância é devir; sem pacto, sem falta, sem fim, sem captura; ela é desequilíbrio; busca; novos territórios; nomadismo; encontro; multiplicidade em processo, diferença, experiência. Diferença não numérica, diferença em si mesma; diferença livre de pressupostos. Vida experimentada; expressão de vida; vida em movimento; vida em experiência.”
Entre os muito encontros produtivos promovidos durante o ComKids – Prix Jeunesse Iberoamericano 2013, talvez o mais instigante tenha ocorrido com o filósofo argentino Walter Kohan, que convidou a plateia de produtores, diretores, editores, animadores, entre outros profissionais dedicados à produção cultural para crianças, a inaugurar um ciclo de perguntas sobre seu próprio fazer e concepções de infância.
Numa fala mansa, o professor titular da Filosofia da Educação da UERJ (Universidade do Estado do Rio de Janeiro) começou questionando o lugar onde a infância é colocada pelo mundo adulto – um vir a ser, um tempo meramente cronológico e de passagem. Ou uma “caixinha” onde depositamos tudo de melhor e bem intencionado que produzimos.
Lembrou que, quando iniciou um trabalho de filosofia com crianças nas escolas, imaginava poder fazer filosofia para crianças para que elas pudessem pensar o que não pensavam. Foi então entendendo que não seria a filosofia que educaria a infância, mas que a infância educaria a própria filosofia. Filosofar, logo avisou, é se surpreender com o mundo assim como fazem as crianças.
Para falar de filosofia, resgatou a própria infância do pensamento filosófico, que nasceu na Grécia antiga, com Sócrates, que dizia que uma vida sem perguntas não merecia ser vivida.
Pensar a infância exige pensar o tempo, explica Kohan. Para os gregos da Antiguidade, três palavras diferentes indicavam o tempo ou a ideia de temporalidade: Cronos, Kairós e Aión.
Cronos, definido como o “número do movimento segundo o antes e o depois”, é a medida do tempo, um tempo irrecuperável. Segundo Cronos, o tempo é passado e futuro. Ninguém pode parar Cronos, o tempo das previsões e dos calendários. Já Kairós é o tempo enquanto oportunidade. Os movimentos em Kairós não são qualitativamente iguais. Se em Cronos os segundos são os mesmos, um minuto pode ser bem diferente do outro em Kairós.
A terceira dimensão do tempo é Aión, que é o tempo da experiência, do acontecimento, do pensamento, da contemplação. É o tempo experimentado e não o que se passa exatamente. Aión é também o tempo do brincar de uma criança. “Aión é uma criança que brinca, seu reino é o de uma criança”, segundo Heráclito.
Enquanto os adultos governam em Cronos, as crianças reinam em Aión. Quando uma criança brinca, ela não está instalada em Cronos. Matamos a brincadeira quando a delimitamos nos ponteiros de um relógio. Quem brinca de verdade respeita o tempo da brincadeira, que é diferente do tempo da agenda ou do compromisso.
Então o que é a infância em relação ao tempo? Regidas por Cronos, as crianças crescem acompanhando calendários e têm seus cotidianos encaixados em agendas estressadas. A produção cultural para a infância é também dividida em faixas etárias (filmes indicados para quem tem entre 7 e 11 anos, por exemplo). É uma vida pensada em etapas.
Kohan, no entanto, nos convida a adentrar a infância pela porta de Aión. Assim, a infância não é apenas questão de idade; é condição de experiência. “Se a infância não é só uma experiência cronológica, mas uma experiência aiôica, estar dentro ou fora da infância não tem a ver com quantos anos se tem. Basta sair às ruas e ver que muitas crianças não têm experiência de infância e também que há muitas experiências de infância fora da idade cronológica das crianças”, exemplifica o professor de filosofia.
Seguindo a lógica do pensar filosófico, Kohan voltou a perguntar à plateia:
“Por que levamos o pensamento ou a arte para a infância?”.
“Para que elas, as crianças, se desenvolvam”, respondeu alguém.
“Mas, se são elas que vão desenvolver, porque temos que levar isso pra elas?”, voltou a perguntar o professor.
“É para provocar mais perguntas, gerar curiosidade”, outra pessoa acrescentou. “E as crianças já não são tão cheias de perguntas”, o filósofo insistiu.
“Acho que na verdade levamos as respostas para elas”, outra pessoa arriscou.
“Sabemos de verdade algo sobre a infância?”, insistiu nas questões o professor de filosofia, relembrando o que tinha explicado sobre a filosofia – quanto mais mergulhamos na filosofia menos sabemos, já que tudo aquilo que sabíamos é transformado em perguntas. Ao acompanhar o pensamento de Kohan, fomos caminhando por uma estrada mais cheia de questionamentos e com bem menos afirmações. Parecia um caminho mais honesto e seguro para trilhar as rotas da infância.
Terminamos com mais perguntas, várias, sobre a infância, a produção de conteúdos para a infância, o lugar da infância, entre outras questões provocativas. Eu me lembro bem de uma delas, que reproduzo do modo mais fiel que consigo aqui: “Onde fica o ponto de ônibus para pegar o avião certo que nos levará até o tempo de Aión?”.
(Ainda bem que não era obrigatório acertar as respostas…)

terça-feira, 1 de setembro de 2015

Significado do Portfólio

´                            
      Sem dúvidas, a criação do Blog com base para a construção do nosso portfólio, como procedimento de avaliação que cumpre a função de ser também, instrumento de registros e  que propicia à reflexão do processo de ensino e aprendizagem, apresenta um papel fundamental no decorrer do curso, pois, através dele faremos os registros e o acompanhamento das aprendizagens, das reflexões, das escolhas e das decisões que fundamentam a aquisição de conhecimentos e competências que se farão necessárias na nossa trajetória, contemplando o nosso desenvolvimento pessoal e profissional.

segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Os Quatro Pilares da Educação

                          
     Segundo Jacques Delors, a prática pedagógica deve preocupar-se em desenvolver quatro aprendizagens fundamentais, que serão para cada indivíduo os pilares do conhecimento:                             

                                       
                                             
                                   

   

Reflexão sobre o Workshop

     Apesar de toda a ansiedade e insegurança geradas em relação a criação e a apresentação do workshop, posso dizer, que foi um momento muito rico em relação as trocas de experiências e muito significativo em relação as aprendizagens, principalmente com o uso das tecnologias.
     Minha maior incerteza, era em montar uma apresentação em power point, pois nunca havia feito, porém, não foi tão difícil quanto parecia. Adorei o resultado, principalmente pelo fato de que fiz praticamente sozinha, sendo desafiada a imaginar e montar algo, que até então, era totalmente novo para mim. 
     Em relação a parte escrita, não me preocupei muito em certo ou errado, como era um relato da minha trajetória em relação a minha aprendizagem e prática durante o semestre, coloquei ou tentei colocar, exatamente como estava me sentindo. Para isso, usei os quatro pilares da Educação, de Jacques Delors, como referencial para descrever a minha aprendizagem, pois, através deles consegui expressar gradualmente a minha caminhada em aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a viver juntos e aprender a ser, acreditando que um complementa o outro.
             

Aprendizagens do Semestre

      Com certeza, foram muitas as aprendizagens durante o primeiro semestre. Mesmo com toda a correria do dia a dia, com os atropelos na realização dos trabalhos, com a canseira decorrente da carga horária, com as dúvidas e as dificuldades  em saber se estava fazendo certo ou errado, posso dizer com toda convicção que tudo valeu a pena e serviu para me mostrar que sou capaz, acreditando que todos esses desafios serviram para me fazer acreditar que a construção do conhecimento só acontece quando há desacomodação(movimento) juntamente com as relações interpessoais(corporeidade), através de muita reflexão entre a teoria e a prática.
     Essas reflexões entre as interdisciplinas e a nossa prática, fez com que eu enquanto aluna, pudesse compreender a aprendizagem como uma construção, passando assim, a perceber com mais paciência a construção da aprendizagem dos meus alunos.
     Acreditando que: 
                                          " Não há saber mais ou menos. Há saberes diferentes"                                                                                                                                                                                           (Paulo Freire)

segunda-feira, 8 de junho de 2015

                                        Uhuuuu!!!
     Até que enfim, depois de muito tentar sem sucesso, hoje consegui mexer sem medo e sem ajuda dos "universitários"... kkkkk
     Esta é uma característica nossa, minha as vezes, (se tratando em tecnologias), achar que tudo é mais difícil do que realmente é.
     Preciso perder o medo de achar que vou perder as coisas, e ir tentando, experimentando,...as vezes dá certo,...as vezes não. Mas, acho que para me animar um pouco e fazer com que eu acredite em mim, não é que hoje deu. Ufa, graças a Deus e ao meu tempo livre de hoje, sozinha, sem marido , filhos, sem me preocupar com horários e com janta. 

quarta-feira, 8 de abril de 2015

Confusa...

       Hoje, estou me sentindo mais confusa do que antes. São muitas informações ao mesmo tempo.     Postar no Blog, acessar o moodle, conferir email e trabalhar no pbworks. Meu Deus, além de confusa estou um pouco apavorada. será que vou dar conta?  Ufa... Já estou estressada só em pensar.
       Mas por hoje, acho que chega. Vou manter o foco e pensar positivo. No final, tudo dá certo!

quarta-feira, 1 de abril de 2015

Meu Blog começa aqui...

                      

      Após um período de quase seis anos fora da sala de aula, aqui estou novamente, retomando o que parecia um sonho distante, concluir minha graduação em Pedagogia, e agora com um glamour a mais...é na UFRGS.
      Este é um recomeço cheio de expectativas, dúvidas e reflexões, mas com a certeza de que haverá muita aprendizagem, troca de experiências e novas amizades.
      E por hoje é isso...