domingo, 20 de setembro de 2015

Projeto infância

Falando em infâncias...
     Realizando uma pesquisa que fosse de encontro ao que estamos estudando sobre "as infâncias", me deparei com o site Promenino e com a reportagem "As infâncias que nos rodeiam".
     A infância é invisível ao universo adulto. Esta foi uma das descobertas que mais surpreenderam Gabriela Romeu, jornalista especializada em produção cultural para a infância, idealizadora do projeto Infância, e sua sócia, a jornalista Marlene Peret. A iniciativa se dedica a registrar e documentar o cotidiano e o imaginário das crianças brasileiras - as urbanas, as ribeirinhas, as quilombolas, as indígenas, entre outras. "A ideia é sensibilizar os adultos sobre as infâncias que os rodeiam e sublinhar que crianças têm muitos saberes", expõe Gabriela.
     O epicentro do trabalho são os quintais, já definidos pela jornalista como "uma grande escola dos meninos e meninas do Brasil", representados pelo espaço atrás da casa, pela rua, pelo rio, pela floresta ou pelo próprio vilarejo. Como ela descreveu, estes são ambientes de "descobertas, conflitos, invencionices", onde as crianças " exercitam seus jeitos de perceber, sentir e reagir aos outros e ao mundo".
      Na opinião da jornalista, a criança tem a mesma força criadora e transformadora em todos os lugares. "A todo momento reinventam seu cotidiano e dão soluções incríveis para coisas que talvez nós não soubéssemos resolver". Ela cita um pensamento do educador Paulo Freire, adaptado pela antropóloga Clarice Cohn, segundo o qual as crianças não sabem nem mais nem menos, elas sabem diferente.
      "O Infâncias é uma viagem aos quintais do Brasil, dificilmente visitamos escolas", destaca a pesquisadora. "É bastante diferente a relação com a criança em seu quintal daquele no espaço escolar, com todas as regras e opressões".
     Após realizar a leitura, comecei a refletir e comparar essas realidades apresentadas na reportagem com a realidade com que nos deparamos diariamente dentro das nossas escolas, e então fiquei me questionando: Por que as crianças que temos dentro das nossas escolas não brincam em seus pátios, como descreveu a pesquisadora, usufruindo destes ambientes de descobertas, conflitos e invencionices? Por que essas crianças não respeitam o espaço escolar, apresentando dificuldade em respeitar as regras? Por que essas crianças resolvem seus conflito através da violência ao invés do diálogo? Por que essas crianças estão cada vez mais agindo e reagindo como adultos? Por que há tanta diferença de comportamento entre as crianças das diferentes regiões?
     Muitos são os questionamentos, muitas são as dúvidas, muitos são os anseios, mas, uma coisa é certa, as crianças são o reflexo do meio em que vivem, são resultado da sua realidade cultural, social e econômica. Porém, até que ponto esta exposição à esses diferentes "saberes" ou diferentes "vivências" estão contribuindo para a formação deste futuro cidadão?

     Fonte:http://www.promenino.org.br/noticias/reportagens/as-infancias-que-nos-rodeiam

Um comentário:

  1. E agora Maria Luiza? O que tu percebes que a nossas escolas estão trabalhando com este fato? Como estamos articulando ações que façam com que os pais e/ou responsáveis pelos alunos saibam da importância de se respeitar esse período na vida dos seus menores? Seria bem interessante se tivesses algo da prática cotidiana da escola para nos contar. Sabemos que esta postagem já faz um tempinho que fizestes. Não há necessidade de modificar. Mas fica a dica para as postagens de 2016. Reflexões e relações entre a teoria e a prática qualificam nossas postagens. Abraço, Betynha ;0)

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