Revisitando meu Blog e reconsiderando minha escrita sobre o uso do tempo dentro das escolas, numa postagem de 20/12/2016, eis que passados dois anos e posso destacar que infelizmente, ainda vivenciamos nas escolas um tempo cronometrado, predeterminado, organizado e programado. Onde, o tempo da sala de aula continua sendo de cumprir com as obrigações, realizando atividades que contemplem os conteúdos programáticos a serem trabalhados e a carga horária de cada disciplina.
Continuo a afirmar este fato por experiência própria, pois este ano durante meu estágio, em uma aula planejada e executada com o jogo "Cubra o anterior, onde os alunos tinham que criar estratégias para superar as dificuldades que eu criei alterando um pouco as regras, e portanto, um planejamento que usou às 2 h de aula daquele dia. Eis que me deparo com a preocupação da professora titular, me questionando se eu estava registrando no caderno. Eu, inocentemente não entendi a sua real preocupação, e ainda me justifiquei, dizendo que eu pretendia fazer os registros dos cálculos mentais e das estratégias de cálculos que estavam fazendo para prosseguir jogando, mas que devido a motivação e envolvimento dos alunos em prosseguir jogando eu não quis interromper o jogo parando para fazer os registros no caderno.
Entretanto, depois em conversa com o supervisor, entendi que a preocupação dela era em relação a eu ter passado as 2 h de aula somente jogando, sem ter feito nada de escrito para as crianças copiarem no caderno.
Então me dei conta de que o que importava para ela era caderno cheio de cópias, de repetição, e que um jogo seria caderno vazio, perda de tempo.
Neste sentido, continuo afirmando o que havia escrito em 2016: "Gostaria que nos tempos de hoje, pudéssemos vivenciar dentro dos espaços educacionais, “Um tempo para se pensar juntos, para decidir, coletivamente, o que fazer, como fazer, porque fazer [...] Um tempo [...], que podia ‘ser tempo de criação’ e não o que se vivia nos últimos anos [...] tempo de repetição” (SAMPAIO, 2002, p. 190)".
Para isto, precisamos de mudanças. De acordo com o texto "QUESTÕES SOBRE O TEMPO NO ESPAÇO ESCOLAR", a mudança que se requer é no como vivenciamos, os tempos de
aprendizagem e pedagógico independentemente do tempo de permanência que temos,
alunos e alunas, professores e professoras, na escola.
Referências
http://marialuizagoulartufrgs.blogspot.com/2016/12/tempo-no-espaco-escolar.html http://www.ufjf.br/espacoeducacao/files/2009/11/cc07_1.pdf, acessado em 18/02/2019
SAMPAIO, Carmem Sanches. Educação brasileira e(m) tempo integral. In: COELHO, Lígia Marta C. da Costa, CAVALIERE, Ana Maria (Orgs.). Alfabetização e os múltiplos tempos que se cruzam na escola. Petrópolis, RJ: Vozes, 2002. p. 182-196.
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