sexta-feira, 22 de fevereiro de 2019

Meu Blog termina aqui...

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       Em 1º de abril de 2015, meu Blog iniciou assim:  Após um período de quase seis anos fora da sala de aula, aqui estou eu novamente, retomando o que parecia um sonho distante, concluir minha graduação em Pedagogia, e agora com um glamour a mais...na UFRGS.

      Este é um recomeço cheio de expectativas, dúvidas e reflexões, mas com a certeza de que haverá muita aprendizagem, troca de experiências e novas amizades.

  Hoje, 21 de fevereiro de 2019, termino meu Blog dizendo assim: Aprendizagem é troca, interação, acolhimento, transformação. E foi isto que o curso nos proporcionou ao longo dos semestres e através das interdisciplinas. Proporcionou um aprimoramento no nosso olhar nos tornando professores mais reflexivos e abertos as trocas, a interação, ao acolhimento e a transformação. Nos fazendo acreditar que só há aprendizagem se houver transformação/movimento. Neste sentido, posso dizer que fomos transformadas  e/ou movimentadas a olhar e a refletir sobre nossas práticas e nossos objetivos.
     Este movimento reflexivo sobre as práticas, com certeza foi nossa grande aprendizagem, não só como professores, mas também como alunos e principalmente como sujeitos atuantes e comprometidos com uma educação de qualidade e de direito para todos. 
    Alarcão (2005) conceitua o professor reflexivo, descrevendo-o como um profissional que necessita saber quem é e as razões pelas quais atua, conscientizando-se do lugar que ocupa na sociedade. A autora acrescenta ainda que “os professores têm de ser agentes ativos do seu próprio desenvolvimento e do funcionamento das escolas como organização ao serviço do grande projeto social que é a formação dos educandos” (ALARCÃO, 2005, p. 177).
    Para finalizar cito Freire (1996, p. 39), quando afirma que “é pensando criticamente a prática de hoje ou de ontem que se pode melhorar a próxima prática”. E é assim que encerro meu blog, como uma professora prática reflexiva, com olhar crítico e analítico, capaz de criar suas próprias ações, de administrar as complexidades e de resolver situações problemas por meio da integração entre a teoria e os conhecimentos práticos adquiridos.


 Referências
ALARCÃO, Isabel (Coord.). Formação reflexiva de professores: estratégias de supervisão. Porto: Porto Editora, 2005.
https://marialuizagoulartufrgs.blogspot.com/2015/04/apos-um-periodo-de-quase-seis-anos-fora.html#comment-form

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2019

Reescrevendo sobre Literatura e suas Provocações...


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        Levando em consideração meu projeto de estágio, que teve como proposta a valorização ao hábito da leitura, não tinha como não reescrever sobre uma postagem de abril de 2016, intitulada como Literatura e suas Provocações... 
      Nela, descrevo a literatura como uma forma de expressar sentimentos e adquirir conhecimentos, onde através da leitura e suas provocações podemos ser, ter, sonhar e viajar para onde queremos conhecer, com liberdade de escolhas, com imaginação, oportunizando uma desacomodação e uma nova visão de mundo. E este, era um dos propósitos do projeto, uma nova visão de mundo, onde as famílias fossem participantes deste processo.
        Paulo Freire (2000) vê o ato de ler como uma forma de conhecer o mundo, afirmando que a leitura não se esgota na decodificação pura da palavra escrita ou da língua escrita, mas que se antecipa e se alonga na inteligência do mundo. A leitura do mundo precede a leitura da palavra, daí que a posterior leitura desta não possa prescindir da continuidade da leitura daquele. 
      Como sabemos, a participação da família tanto no incentivo ao hábito da leitura quanto a participação no processo de alfabetização, são fundamentais para o aprimoramento de aspectos sociais, cognitivos, linguísticos e criativos indispensáveis ao desenvolvimento da criança e ao futuro cidadão apto a ocupar seu espaço na sociedade e no mundo. Conforme Nunes, ler é mais que contar alguma coisa, é literalmente encantar. Ler é conhecer o mundo.
        As histórias estão presentes em nossa cultura há muito tempo e o hábito de contá-las e ouvi-las tem inúmeros significados. Está relacionado ao cuidado afetivo, à construção da identidade, ao desenvolvimento da imaginação, à capacidade de ouvir o outro e também de se expressar. Além disso, a leitura de histórias aproxima a criança do universo letrado e colabora para a democratização de um de nossos mais valiosos patrimônios culturais: a escrita (no caso a alfabetização).
      Neste sentido, posso dizer que através da literatura e do projeto de incentivo a leitura ("Maleta Viajante"), pude contribuir de alguma forma na construção do processo evolutivo das aprendizagens e no desenvolvimento das habilidades e competências dos alunos enquanto sujeitos em formação, mediando na construção do pensar e do agir com mais autonomia, dialogicidade e muita provocação.


Referências
FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler em três artigos que se completam. São Paulo, Cortez Ed., 2000
http://marialuizagoulartufrgs.blogspot.com/2016/04/literatura-e-suas-provocacoes.html#comment-form
http://peadestagio00258065.pbworks.com/w/page/130913316/Reflex%C3%A3o%2012

terça-feira, 19 de fevereiro de 2019

Repensando a avaliação


    

     Revisitando meu Blog e relendo a postagem intitulada Ano Letivo X Avaliação de dezembro  de 2016, onde relato a necessidade da escola em atualizar o Regimento Escolar e por isso, muitas decisões precisaram ser refletidas, esclarecidas e definidas.                     Entretanto,  no momento de definir o tipo de avaliação, se adotaríamos notas,conceitos ou pareceres, uma grande polêmica e indecisão foi gerada. 
     Infelizmente, mesmo passados dois anos e após muitas reflexões e situações, hoje ainda predomina a prova com nota como ferramenta avaliativa. 
       Desde então, estamos em processo de reformulação do RE, muitas coisas foram construídas em prol da qualidade e da garantia dos direitos dos alunos e dos professores, com isto, aprendemos e tomamos consciência de vários norteadores que desconhecíamos e que são fundamentais para o desenvolvimento do espaço escolar. 
       Mas, quando abordamos a questão da avaliação, fica claro e evidente como alguns professores são conservadores e apegados a métodos excludentes e classificatórios de avaliação e de construção do conhecimento. Há uma dificuldade em compreender e enxergar que cada aluno é único em seu aprendizado e por isso precisa ter seu ritmo e suas escolhas respeitados.
      Mesmo assim, continuamos  lutando que avaliar nesta nova ética é perquirir o sentido da construção realizada, da consciência crítica, da autocrítica, do autoconhecimento, investindo na autonomia, autoria, protagonismo e emancipação dos sujeitos.
     Acreditando que o aluno constrói seu conhecimento a partir da interação com o meio, com o outro e com o objeto, embasado no diálogo e na reflexão. Segundo Freire (1991), “a partir do diálogo enfatiza-se a reflexão, a investigação crítica, a análise, a interpretação e a reorganização do conhecimento.”
    Por isso, continuo concordando e afirmando que a escola precisa ser um espaço de discussão, de permanente construção dos processos de conscientização, democratização, emancipação e de diálogo entre os envolvidos no ato educativo, sendo instância do processo de gestão democrática, compreendendo a avaliação escolar como um meio e não um fim em si mesma, pois, o ano letivo termina no final do ano mas a construção da aprendizagem é contínua.



Referências
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 50. Ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2015.
http://marialuizagoulartufrgs.blogspot.com/2016/12/ano-letivo-x-avaliacao.html

Repensando sobre o tempo no espaço escolar

         Revisitando meu Blog e reconsiderando minha escrita sobre o uso do tempo dentro das escolas, numa postagem de 20/12/2016, eis que passados dois anos e posso destacar que infelizmente, ainda vivenciamos nas escolas um tempo cronometrado, predeterminado, organizado e programado. Onde, o tempo da sala de aula continua sendo de cumprir com as obrigações, realizando atividades que contemplem os conteúdos programáticos a serem trabalhados e a carga horária de cada disciplina. 
         Continuo a afirmar este fato por experiência própria, pois este ano durante meu estágio, em uma aula planejada e executada com o jogo "Cubra o anterior, onde os alunos tinham que criar estratégias para superar as dificuldades que eu criei alterando um pouco as regras, e portanto, um planejamento que usou às 2 h de aula daquele dia. Eis que me deparo com a preocupação da professora titular, me questionando se eu estava registrando no caderno. Eu, inocentemente não entendi a sua real preocupação, e ainda me justifiquei, dizendo que eu pretendia fazer  os registros dos cálculos mentais e das estratégias de cálculos que estavam fazendo para prosseguir jogando, mas que devido a motivação e envolvimento dos alunos em prosseguir jogando eu não quis interromper o jogo parando para fazer os registros no caderno. 
     Entretanto, depois em conversa com o supervisor, entendi que a preocupação dela era em relação a eu ter passado as 2 h de aula somente jogando, sem ter feito nada de escrito para as crianças copiarem no caderno.
          Então me dei conta de que o que importava para ela era caderno cheio de cópias, de repetição, e que um jogo seria caderno vazio, perda de tempo.
         Neste sentido, continuo afirmando o que havia escrito em 2016: "Gostaria que nos tempos de hoje, pudéssemos vivenciar dentro dos espaços educacionais, “Um tempo para se pensar juntos, para decidir, coletivamente, o que fazer, como fazer, porque fazer [...] Um tempo [...], que podia ‘ser tempo de criação’ e não o que se vivia nos últimos anos [...] tempo de repetição” (SAMPAIO, 2002, p. 190)".
         Para isto, precisamos de mudanças. De acordo com o texto "QUESTÕES SOBRE O TEMPO NO ESPAÇO ESCOLAR", a mudança que se requer é no como vivenciamos, os tempos de aprendizagem e pedagógico independentemente do tempo de permanência que temos, alunos e alunas, professores e professoras, na escola. 

Referências
http://marialuizagoulartufrgs.blogspot.com/2016/12/tempo-no-espaco-escolar.html 
http://www.ufjf.br/espacoeducacao/files/2009/11/cc07_1.pdf, acessado em 18/02/2019
SAMPAIO, Carmem Sanches. Educação brasileira e(m) tempo integral. In: COELHO, Lígia Marta C. da Costa, CAVALIERE, Ana Maria (Orgs.). Alfabetização e os múltiplos tempos que se cruzam na escola. Petrópolis, RJ: Vozes, 2002. p. 182-196.