O filme "Como estrelas na terra", se passa na Índia e teve seu lançamento em 2007. Ele conta a história de um menino de aproximadamente nove anos, que cursa a terceira série do ensino fundamental e que apresenta um quadro de dislexia que não é identificado pela família e nem pela escola, o que gera uma situação de discriminação, bloqueio, insegurança e sofrimento por parte da criança. Com isso, ele acaba sendo rotulado de preguiçoso e indisciplinado pelo fato de não conseguir acompanhar os estudos e a turma, sendo vítima do despreparo da família e dos professores da escola.
O filme é maravilhoso, mexe com nossos sentimentos e nos faz refletir sobre vários aspectos levantados pelo próprio professor como: o direito a educação é para todos; no mundo todas as crianças não importa o problema que tenham, estudam juntas; precisamos considerar que cada criança tem capacidades e habilidades únicas; toda criança tem seu talento...
Nesse sentido, o filme nos reforça sobre aspectos que estamos acostumados a ouvir e/ou a ler e que concordamos e acreditamos, entretanto, ainda hoje, quando vamos para dentro dos espaços escolares, as situações cotidianas que presenciamos nos mostram um despreparo, uma falta de sensibilidade e uma falta de importância ao lidar com alunos com necessidades educacionais especiais.
De acordo com o filme, "Importar-se é essencial, tem poder de curar feridas, é um bálsamo para a dor. A criança se sente querida, segura, amada, onde tudo o que ela precisa é de uma chance ou ela se perderá.
Esta cena do filme, me remeteu a um aluno da minha escola, um aluno do quinto ano, um aluno que não fala, que não interage, que não reage, um aluno que fica inerte. Digo isto, porque outro dia, substituindo uma professora, passei dois períodos com a turma e esta situação mexeu muito comigo, me incomodou, me preocupou.
Tentei conversar, tentei ajudar, tentei fazer contato, porém, nada de resultado, ficou o tempo todo sem falar nada, sem ação ou reação, só mexia os olhinhos para baixo e para cima. Saí da sala chocada e muito preocupada com o que presenciei. Cheguei na direção e relatei a situação, então, me responderam que a mãe já havia sido chamada e que a mesma falou que em casa ele conversava, que brincava com os irmãos, que é tudo normal, inclusive levou um vídeo dele conversando e brincando. Mas não me convenci e então eu questionei que algo estava errado, que não era normal uma criança da idade dele ficar alheio a tudo à sua volta, que não era normal uma criança desta idade não brincar, não conversar com os colegas e que a escola deveria tomar alguma atitude, que era preciso investigar, fazer alguns encaminhamentos, sei lá, só sei que era preciso ajudar aquela criança de alguma forma. Pois, na minha opinião ela estava em sofrimento. Como disse o próprio professor do filme, "seus olhos berram por socorro, não deixemos perder essas pequenas estrelas na terra, tudo o que precisam é de uma chance ou se perderão".
Portanto, assim como no filme, a situação deste aluno da minha escola nos faz perceber e nos leva a refletir, sobre a importância do olhar atento, do olhar observador, investigador e da sensibilidade para com a pluralidade que compõem uma sala de aula, bem como as particularidades de cada aluno.
Porém, somente identificar o problema não é o suficiente, pois em muitas situações é necessário e indispensável um tratamento diferenciado com encaminhamentos à especialistas e em consonância com todo corpo docente e familiares, a fim de propiciar à criança um desenvolvimento mais significativo e com a devida importância que merece receber.
Porém, somente identificar o problema não é o suficiente, pois em muitas situações é necessário e indispensável um tratamento diferenciado com encaminhamentos à especialistas e em consonância com todo corpo docente e familiares, a fim de propiciar à criança um desenvolvimento mais significativo e com a devida importância que merece receber.
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