terça-feira, 27 de março de 2018

Continuando...


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       Hoje faço outra reflexão dando continuidade à primeira postagem, na qual coloco a importância e a necessidade do exercício de práticas participativas e reflexivas para o resgate da democracia e da construção coletiva dentro da escola.
       Assim como naquela postagem, hoje venho relatar outro fato ocorrido na escola e que veio bem ao encontro a proposta da interdisciplina de Linguagem e Educação.
       No final do ano passado, foram comentadas algumas possibilidade de mudança nos projetos da hora atividade. Porém, nada ficou definido e tampouco foi colocado para uma apreciação e/ou aprovação do grupo.
       Entretanto por decisão da supervisão, foram trocados os projetos da escola para este ano, sendo apresentados como sendo um projeto de linguagem e um projeto de letramento, o que gerou certa insatisfação por parte de alguns professores, inclusive eu, por entendermos que estes projetos são afins, análogos, indivisíveis. Afinal, não consigo compreender uma proposta de trabalho com linguagem onde o letramento não se faça presente e vice-versa.
       Pois bem, ao questionar a supervisão sobre qual a diferença entre o projeto de linguagem e o de letramento, obtive como resposta a seguinte explicação: " o projeto de linguagem trabalha a expressão corporal, a música,..., enquanto que o de letramento trabalha mais com a alfabetização."
       Fiquei incomodada, pois não consigo compreender a linguagem separada da alfabetização e separada do letramento. Uma coisa está dentro da outra, ligada a outra, relacionada a outra. São processos de aquisição distintos, mas que se constroem ativa e simultaneamente. 
       Para minha felicidade, na mesma semana tivemos uma excelente aula de Linguagem e Educação, na qual o assunto trabalhado para minha satisfação foi "o que é linguagem"?
       Naquele momento, minhas certezas foram reafirmadas e pude perceber que meus questionamentos eram pertinentes e estavam fundamentados. 
       Afinal, falar em linguagem é considerar múltiplas variáveis, é combinar vários elementos como: fala, som, gestos, códigos, imitação, repetição, interação. É construção social, é troca afetiva e relacional, é expressão, é inserção ao meio letrado e alfabetizado.

domingo, 18 de março de 2018

Será coincidência???

                          Imagem relacionada     
       Em nossa primeira aula do Eixo VII, Seminário Integrador,  foi proposta uma atividade reflexiva sobre escolas democráticas. Este tema, veio bem ao encontro de uma situação ocorrida na minha escola, em nossa primeira reunião pedagógica.
       Coincidência ou não, foi em boa hora!
       Nesta reunião, foi apresentado pela supervisão o calendário escolar com todas as datas já definidas.
       Sim, digo definidas porque ao ser questionado sobre a possível mudança na organização de algumas datas, percebeu-se uma certa resistência por parte da supervisão, que justificava insistindo com sua posição.
       Não consegui ficar calada, tive que questionar se aquele calendário era para ser refletido e decidido pelo grupo ou se já estava definido por ele, não permitindo sugestões ou questionamentos e ponto final. 
       Estes meus questionamentos não foram bem aceitos o que gerou um clima desagradável por parte da supervisão, pois acredito que ele tenha levado para o lado pessoal.
       Lamentável, pois penso que estas são construções democráticas que devem ser abertas a participação de todos, onde a participação na reunião pedagógica não pode ser passiva, levando em conta que estes são momentos de extrema reflexão e construção, pois estamos num constante processo de aprendizado.
       Neste sentido, podemos dizer que a reunião pedagógica é um momento especial para o resgate do coletivo e o exercício da democracia dentro da escola, onde, "o diálogo entre os professores é fundamental para consolidar saberes emergentes da prática profissional" (Nóvoa, 1992b: 26). 
       Por tanto, é preciso que se repense as práticas dentro das escolas. A escola democrática que tanto queremos, só será construída a partir da busca de novas práxis que permitam a participação e o exercício da reflexão. Para FREIRE, "pensar a prática é a melhor maneira de pensar certo" (Freire, 1981a: 11). 

Referência bibliográfica
VASCONCELLOS, Celso dos Santos. Coordenação do Trabalho Pedagógico – Do Trabalho Político-Pedagógico ao Cotidiano da Sala de Aula. 11ª ed. São Paulo: Libertad, 2009.