segunda-feira, 30 de outubro de 2017

Sobre olhares

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          Gostaria de ter feito esta postagem ontem, mas como não foi possível, venho hoje relatar uma experiência e uma oportunidade maravilhosa em que minha escola foi contemplada.
       Ontem, em pleno domingo fomos participar e prestigiar um abençoado evento promovido pela Rede do Bem em prol dos alunos e da comunidade do Sítio dos Açudes ( bairro em que minha escola está localizada), em Alvorada.
       Este, é um bairro muito carente em todos os sentidos, pois nele só existe a escola, e é só com ela que a comunidade pode contar.
       Já relatei em outras postagens, o descaso do poder público em se fazer presente neste bairro. 
       Lá, há uma cultura própria caracterizada pela baixa autoestima, acomodação e falta perspectiva em relação a qualidade de vida e direitos.
       Não estou sendo pessimista, estou sendo realista, pois esta é a realidade deles, que vai passando de "pai pra filho", como se não houvesse outra alternativa ou outra opção.
       Então, diante desta situação, qualquer atividade solidária, é muito bem vindo e necessária.
       Por isso, diante da oferta da Rede do Bem, que é um grupo de voluntários que todo último domingo do mês realiza uma ação solidária voluntária, levando as escolas da rede de Alvorada, muita diversão, alegria, carinho, brincadeiras, lanches e prestação de serviços, não tínhamos como não querer participar desta maravilhosa ação em pleno domingo.

                                "É tarefa exclusiva da educação estética estimular o                                                                      desenvolvimento de necessidades e interesses que                                                                      promovam a busca do valor estético e a formação do                                                                  sentimento, do ideal e do gosto"(ESTÉVEZ, 2009, p.11).

       Então, em quanto tudo acontecia, eu observava as carinhas e os olhares de encantamento e euforia. Afinal, eram tantas as possibilidades de diversão, de lanches e de interação com o outro, com a vida e com a possibilidade de de um "outro mundo".
                                 "Na verdade se tudo na vida são trocas e interações, conosco mesmo,
                                         com nosso outros, com a vida e com o mundo, se tudo são diálogos                                             contínuos, múltiplos e crescentes, então na verdade conhecemos e                                               compreendemos algo quando fazemos parte dos círculos de vida
                                         e de saber em que "aquilo" é compreendido.
                                                               Carlos Rodrigues Brandão (2005 b, p. 91)

       Por tudo isso, a palavra que descreve este domingo é gratidão. Obrigada a Rede do Bem, por levar um pouquinho de vida e de mundo à nossa comunidade.

                              A imagem pode conter: 28 pessoas, pessoas sorrindo, atividades ao ar livre

ESTÉVEZ, Pablo René. A Alternativa Estética na Educação. Rio Grande: Ed. da UFRGS, 2009.
_____________________.  Aqui é onde eu mor, aqui nós vivemos: escritos para conhecer, pensar e praticar o município educador sustentável. 2 ed. Brasília: Ministérios do Meio Ambiente, Programa Nacional de Educação Ambiental, 2005 a. 
                                           

terça-feira, 24 de outubro de 2017

Bullying

      Não pude deixar de compartilhar esta reportagem que foi publicada dia 21/10, relatando a tragédia ocorrida numa escola em Goiás, onde um menino de 14 anos atirou contra colegas do oitavo ano, em uma ação desesperada e tomada por impulso, após ter sido alvo de um forte de bullying. 
     De acordo com minhas postagens na página do Pbworks, onde procuro diferenciar ou associar as principais características e diferenças entre preconceito e bullying, assim como suas implicações, compartilho das palavras do professor José Leon Crochik, que coordena o Laboratório de Estudos sobre o Preconceito (LAEP) do Instituto de Psicologia da USP, que descreve o termo bullying para definir a prática, individual ou em grupo, de agressões físicas e psicológicas, durante um período de tempo, sobre vítimas consideradas mais fracas em uma relação de poder e que, portanto, não são capazes de reagir suficientemente para fazer cessar a agressão.
     Entretanto, o resultado desta ação desesperada, foi a mais violenta possível de se imaginar, onde a reação da suposta vítima de bullying chegou ao máximo da sua dor, fazendo com que fosse capaz de reagir violentamente para cessar a agressão.
      Dados de uma pesquisa empírica coordenada por Crochik entre os anos de 2011 e 2014 em oito escolas de São Paulo demonstram que, as razões que levam os indivíduos a praticarem o bullying não tem relação com medos e inseguranças pessoais projetadas no alvo, mas sim com uma necessidade narcisista de se destacar, dominando e destruindo o outro.
     O bullying, não tem um alvo específico, “torna-se vítima quem estiver à disposição para poder ser destruído, para poder ter sua vontade dominada pelo agressor, apresentando uma natureza menos racional. A ideia é poder humilhar e destruir”, afirma o pesquisador.
     São duas situações complexas, onde  tanto a vítima quanto o agressor necessitam de um olhar específico e de uma intervenção pedagógica e/ou psicológica, procurando entender e reverter as motivações que levam a esta prática.
     Levando em conta que a escola tem papel fundamental e indispensável nesse sentido, já que é um espaço no qual os estudantes passam boa parte do seu tempo, e que, de certa forma, é uma minirrepresentação da sociedade em que vivemos, casos de desrespeito não devem ser tolerados e, para tal, não bastam unicamente punições, mas um trabalho anterior de desconstrução de valores, sendo fundamental entender que esse comportamento é grave, e que é  preciso a atenção da família e da escola, onde a parceria educadores, coordenadores, direção e familiares possam discutir de forma aberta promovendo muito diálogo entre todos os atores e que o projeto de vida e protagonismo de cada criança e jovem seja valorizado.

                                                                          “A criança é um sujeito ativo que deve ser escutado.                                                                                                                                                              Temos que tentar a todo custo assegurar essa escuta”
                                                                                                            Iride Sassi / Reggio Emilia
                                                                                                                                                                                                                                  

      
Fontes:
http://sipeadturmab6.pbworks.com/w/page/119979186/Maria%20Luiza%20Goulart

http://br.blastingnews.com/brasil/2017/10/mae-de-vitima-de-atirador-se-desespera-apos-revelacao-nao-julgue-nosso-filho-002110011.html?sbdht=_TuxHQ-gdOLtY14bSIXP9u1_tz0o4od6YFtn5y8-cz7mMhk28BBuH5aKePRZAwnkL0_

http://porvir.org/a-crianca-e-um-sujeito-ativo-deve-ser-escutada/

terça-feira, 10 de outubro de 2017

Refletindo sobre Ética

                            Imagem relacionada  

       Após algumas leituras e da aula presencial de Filosofia da Educação, onde foi proposta uma reflexão acerca do texto "Formação e atuação dos professores: dos seus fundamentos éticos", do autor Antônio Joaquim Severino, pude pensar e repensar sobre as práticas da eticidade dentro do espaço escolar.  Digo isso, devido algumas situações ocorridas na minha escola e que necessitaram de práticas interventivas, mas que infelizmente, de acordo com minha reflexão e opinião, atingiram a identidade e a dignidade dos alunos enquanto "sujeitos" que estão em pleno processo de formação. 

       Faço uso das frases do texto para justificar minha reflexão, por concordar com a autora quando diz:"a educação é uma modalidade de atuação intrinsecamente relacionada à existência do outro, é uma prática, que pressupõe uma intervenção sistemática  na condição do outro, onde a ação do educador, à prática educativa, demanda todo um fundamentado cuidado ético. Não se desenvolve essa sensibilidade ética só por imitação, osmose ou transversalidade, mas, por mediações pedagógicas que demandam ações qualificadas que pressupõem e envolvam necessariamente o exercício de reflexão sistemática. Onde, o que está em pauta é um processo de formação que jamais se reduz ao processo de instrução".

       Alguns professores parecem esquecer que "a educação não é apenas um processo institucional e instrucional, seu lado mais visível, mas fundamentalmente um investimento formativo do humano, onde a interação docente é mediação universal e insubstituível dessa formação".

       Portanto, para auxiliar na reflexão  sobre os tipos de relação presentes na vida dos alunos que podem disparar episódios de conflitos e, assim, comprometer o ambiente respeitoso e construtivo que almejamos, compartilho a matéria sobre convivência ética da revista digital nova escola.

               Os tipos de relação que prejudicam a convivência na escola

       A equipe escolar deve sempre estar atenta para inspirar nos alunos condutas éticas e respeitosas. 
       Quanto mais estudamos sobre a convivência ética mais nos deparamos com desafios para torná-la uma realidade! Apesar disso, a oportunidade de estarmos na escola enquanto nos aprofundamos nos estudos nos permite reconhecer na instituição os aspectos sobre os quais podemos intervir.
       Em um encontro recente para discutir a questão da indisciplina, realizado com as equipes das escolas nas quais estamos implantando o plano de convivência, o professor Joe Garcia, da Universidade Tuiuti do Paraná (UTP), levantou a reflexão sobre os tipos de relação presentes na vida dos alunos que podem disparar episódios de conflitos e, assim, comprometer o ambiente respeitoso e construtivo que almejamos.
       Os problemas de convivência estão fortemente relacionados a uma tríade composta por: relações depreciativas, relações inconsistentes e relações coercitivas. Embora elas estejam frequentemente presentes na vida familiar de nossos alunos, é nosso dever pensar sobre o tema no âmbito escolar. Então, vamos a elas:
       As depreciativas dizem respeito à maneira como os alunos tratam e são tratados pelas pessoas com quem convivem. Costumamos perceber isso pelo uso regular e banalizado que os estudantes fazem de expressões grosseiras e desrespeitosas. É importante estarmos atentos, no entanto, para o fato de que esse tipo de relação também se dá entre os estudantes e os adultos da escola, justamente aqueles que devem inspirar condutas éticas e respeitosas. Com frequência vemos os adultos/as autoridades protagonizando episódios em que expressam desdém e rebaixamento.
       Já as inconsistentes demonstram a incoerência entre discurso e prática, ou seja, a divergência de postura dos diferentes agentes da escola. Os alunos são altamente sensíveis a isso e reconhecem nas incoerências a oportunidade para transgredirem, desrespeitarem e, até mesmo, boicotarem o trabalho da instituição. Sabemos que não há uniformidade total entre ideias, mas os princípios do trabalho formativo – respeito, justiça, cooperação etc. – devem nortear as condutas porque são eles que vão minimizar o contraste trazido por essas relações.
       Por fim, as coercitivas são aquelas pautadas pela imposição. Essa relação pode ser identificada entre um adulto e um aluno ou entre pares e inclui tanto ameaças de punição, como propostas de recompensas – de maneira que sempre se faz uso de reguladores externos para controlar a situação. É comum, portanto, expressões como: “Se você fizer (ou não fizer)…”, “Quando você parar…”, “Já falei, pare de …”, “Faça…”, “Entregue…” etc.
       Torna-se necessário, então, reconhecer o distanciamento que cada uma dessas relações provoca no trabalho voltado para a construção da autonomia. Afinal, nelas estão presentes mecanismos que impedem o aluno de refletir e tomar consciência daquilo que é preciso na manutenção da convivência respeitosa e justa. Ao mesmo tempo, elas impulsionam posturas movidas por questões individuais, como atitudes de defesa ou ataque ou impulsionadas por interesse, quando se tem um ganho ou para escapar de uma punição. Outra consequência é a não conservação dos valores necessários à convivência e que se adequem aos diferentes espaços.
       O que vocês podem estar pensando agora é que “tudo isso é muito óbvio!”. Sim, é óbvio que tais relações não nos auxiliam em nosso objetivo maior de formação e desenvolvimento do ser humano. Mas nem tudo o que é óbvio é fácil de ser colocado em prática. Está aqui o nosso desafio.

Fonte:
https://moodle.ufrgs.br/pluginfile.php/2192199/mod_resource/content/1/texto%20forma%C3%A7%C3%A3o%20e%20atua%C3%A7%C3%A3o%20dos%20professores.pdf

https://gestaoescolar.org.br/conteudo/1024/os-tipos-de-relacao-que-prejudicam-a-convivencia-na-escola?utm_source=tag_gestaoescolar&utm_medium=facebook&utm_campaign=site&utm_content=link

quinta-feira, 5 de outubro de 2017

Coletivismo

                                     Resultado de imagem para imagem de trabalho em grupo       
       De acordo com a Wikepédia, coletivismo é uma perspectiva filosófica, política, religiosa, econômica ou social que enfatiza a interdependência de todos os seres humanos. É um elemento cultural básico da natureza humana que existe como o inverso do individualismo.
       Através da interdisciplina de Filosofia e da leitura dos textos que abordam a temática da ética, principalmente no ambiente escolar, pude realizar uma reflexão acerca do exercício das ações interpessoais e perceber que ética está diretamente relacionada ao agir em função do coletivo, ao agir pensando no bem da coletividade.
       Conforme o texto, "Formação e atuação dos professores: dos seus fundamentos éticos", a ação do educador e a prática educativa, demandam todo um fundamento cuidado ético, pois, a educação é uma modalidade de ação intrinsecamente relacionada à existência do outro.
Para se trabalhar e desenvolver a ética dentro do espaço escolar, é necessário formação profissional para uma mediação pedagógica, onde todos os envolvidos no processo educacional possam incorporar a preocupação e a atitude ética, como habituais no seu agir cotidiano.
       Entretanto, para que esta mediação pedagógica possa desenvolver uma sensibilização ética, estética e política, é preciso envolver a todos num exercício de reflexão sistematicamente reduzido, compreendendo  como um processo de formação que jamais se reduz ao processo de instrução.
       Hoje, depois de uma aula rica de muitas reflexões e trocas proporcionada pelas professoras da interdisciplina de Filosofia, pude perceber participando da nossa reunião pedagógica, como o agir ético, estético e político é difícil dentro de um espaço coletivo de trabalho.
       Parece que as pessoas ainda não se deram conta deste agir ético que precisa ser "fundamentado na exigência de não se ferir a dignidade pessoal dos outros sujeitos quando interpelados pela minha ação." 
       Mas, como diz o autor, é um processo de formação. Portanto, graças ao curso e suas reflexões, nós, alunas do PEAD e professoras, estamos no caminho.


                                "É necessário cuidar da ética para não anestesiarmos a nossa                                          consciência e começarmos a achar que tudo é normal."   
                                                                                                                          Mario Sergio Cortella


Fontes:
http://providersolutions.com.br/etica-adaptado-do-livro-qual-e-a-tua-obra-de-mario-sergio-cortella/
https://moodle.ufrgs.br/pluginfile.php/2192199/mod_resource/content/1/texto%20forma%C3%A7%C3%A3o%20e%20atua%C3%A7%C3%A3o%20dos%20professores.pdf